20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Meirelles faz um alerta: Governo Lula estaria cometendo os mesmos erros de Dilma

“É uma ilusão acreditar que pode se repetir os erros e ter resultado diferente”

Quando Ministro da Fazenda no governo de Michel Temer, o economista Henrique Meirelles instituiu o teto de gastos e fomentou a discussão de uma reforma da Previdência. Não é a toa, portanto, que ele se mostre crítico de algumas decisões econômicas do governo Lula.

Em entrevista ao Radar Econômico, da Veja, Meirelles afirmou que as tendências expressas pela nova gestão repetem as governo de Dilma Rousseff, com uma tendência de seguir o aumento dos gastos, o uso de estatais, o controle de preços.

Leia mais: Haddad anunciará primeiras medidas econômicas na próxima semana

“O resultado do governo Dilma nós conhecemos, provocando a maior recessão da história do Brasil. É uma ilusão acreditar que pode se repetir os erros e ter resultado diferente”.

Meirelles reforça dizendo que o governo está agindo mal ao criticar as reações negativas do mercado, ao invés de fazer uma correção de percurso.

“O mercado são os agentes econômicos. O padeiro do interior da Bahia também é mercado, que compra mais trigo se acredita que vai vender mais pão. Se ele acha que vai cair, contém despesas e demite funcionário. Não adianta dizer que há nervosismo do mercado e tentar ignorar as reações dos agentes produtivos às medidas anunciadas”.

Previdência

Em relação à fala recente do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre rever a reforma da Previdência, Meirelles afirma que, se a reforma não tivesse sido aprovada em 2019, 80% do Orçamento da União seria utilizado, hoje, para pagar aposentadorias.

“O Brasil, como a maioria dos países, teve aumento de expectativa de vida — o que faz aumentar o tempo que as pessoas ficam aposentadas. Em 2017, quando apresentamos a primeira proposta da reforma da Previdência, havia um aumento insustentável. Se a reforma não tivesse sido aprovada, 80% do Orçamento seria usado para pagar aposentadorias”.