7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Esportes

Michel Platini é preso por suspeitas de corrupção na escolha de Catar para Copa

Ex-presidente da UEFA estaria envolvido em esquema bilionário para escolha de Catar como sede da Copa

Platini estaria envolvido em esquema bilionário para escolha de Catar como sede da Copa

Ex-presidente da Uefa e um dos principais jogadores da história da França Michel Platini, foi detido nesta terça-feira por suspeita de corrupção na escolha da sede da Copa do Mundo, em 2022 no Qatar.

A votação, realizada em 2010, também levantou suspeitas sobre cartolas sul-americanos, principalmente sobre o papel de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Na Suíça, o brasileiro é alvo de investigações relacionadas com seu apoio ao Qatar.

De acordo com os franceses, o ex-secretário-geral do presidente Nicolas Sarkozy, Claude Guéant, também foi levado a prestar depoimento. Mas não foi detido. Outro alvo é Sophie Dion, uma ex-conselheira do governo e ex-deputada. Ela teria ligações próximas com o país sede da Copa e foi a presidente do grupo parlamentar França-Qatar.

Platini, que por anos havia sido contra o Qatar e defendido a candidatura dos EUA, surpreendeu a todos quando mudou de posição e levou consigo os votos da Uefa ao país do golfo. Em 2010, seria essa mudança que teria garantido a vitória do Qatar sobre a candidatura favorita dos EUA.

Ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter caiu por denúncias de corrupção anos após escolha do Catar

Dinheiro

O Ministério Público da França investiga eventuais pagamentos aos cartolas e mesmo políticos por parte do Qatar para garantir que o país fosse escolhido como sede da Copa. Pouco depois da vitória do pequeno país na Fifa, emissoras da Qatar comprariam os direitos do campeonato francês e não demoraria mais que oito meses para que o PSG passasse para as mãos do emir, por menos de US$ 100 milhões.

Outro foco dos investigadores é o pagamento da emissora Al-Jazeera à Federação Francesa de Futebol.Mesmo contratos de defesa estariam no pacote, assim como a garantia de que serão empresas francesas que farão a segurança da Copa, em 2022.

Depois do voto, outros acordos ainda foram anunciados: a Qatar Airways escolheu a Airbus para fornecer 50 novos aviões, fabricados na França, e o filho de Platini ganhou um cargo numa empresa do país .Em 2016, as autoridades francesas já tinham aberto uma investigação sobre corrupção e tráfico de influência, colaborando com a Justiça dos EUA e da Suíça.

Catar

O Comitê Organizador do Mundial do Qatar revelou no final de 2017 o design da arena na cidade de Lusail, que não existia e está sendo construída ao redor do estádio com capacidade para 80 mil pessoas. Ela receberá a abertura e a final da Copa do Mundo de 2022,

Somente o local dos jogos da Copa tem custo estimado de R$ 3 bilhões, enquanto a cidade que promete ser uma das mais inteligentes, sustentáveis e luxuosas do mundo demandará investimento de R$ 175 bilhões.

O design do Estádio Icônico de Lusail foi exibido por meio de um vídeo de 4 minutos, que ressalta valores, imagens e cultura árabe, além de tecnologia, inovação e ousadia na organização da Copa do Mundo. A publicação ainda mostra a cidade e modernos sistemas de transportes e iluminação. O exterior do estádio é coberto por placas que permitem que a quantidade máxima de luz solar penetrem no estádio.

Catar 2022

Faltam três anos para o início da Copa do Mundo de 2022 no Catar, que por causa do calor será disputado no inverno árabe e ser o primeiro torneio com 48 seleções. E esta expansão depende apenas do presidente da Fifa, Gianni Infantino.

O mandatário do futebol internacional pressionou para que o Mundial de 2022 aumente os 32 times que jogaram na Rússia neste ano para 48, embora tenha sido combinado anteriormente que a ampliação do evento aconteceria quando Canadá, México e Estados Unidos dividirem a sede da Copa de 2026.

Daqui 8 anos, enquanto o domínio de Trump sediará 60 partidas, os outros dois terão 10 cada. Isso mesmo: desde 1998 a Copa do Mundo, que tinha 32 equipes e 64 jogos, inflará para 48 países em 80 partidas.

 

Em meados de 2017 a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito cortaram os laços comerciais e de transporte com Doha, acusando-a de apoiar o terrorismo e o Irã – o que o Catar nega.

O Qatar está investindo impressionantes US$ 200 bilhões para sediar o torneio, mas Al Thawadi disse que só entre 8 e 10 bilhões estão sendo gastos nos estádios.

Novo Formato

Antes, 32 equipes dividias em 8 equipes de quatro. Classificam-se as duas melhores de cada, com 16 equipes se enfrentando em mata-mata. Agora, serão 48 equipes em 16 grupos de apenas três seleções. Passam as duas melhores, com 32 equipes se enfrentando num mata-mata que começa com um 16 avos de final.

Para ser campeã, um país ainda precisa disputar sete partidas. Entretanto, eliminadas podem cair depois de disputar apenas dois confrontos.

Com apenas três jogos por grupo (uma equipe sempre folgará por rodada), a FIFA já demonstra preocupação com empates amigáveis, como o 0 a 0 de França e Bélgica, ou equipes que abrissem mão dos gols, caso de Japão contra Senegal.

A Fifa levanta uma possibilidade: disputa de pênaltis ao final de cada partida como uma forma de evitar empates. Desta forma, todos os classificados seriam decididos por pontos conquistados e não por outros critérios — como saldo de gols, por exemplo.

Vagas

A América do Sul deve ter seis vagas diretas na Copa, com mais uma na repescagem. Atualmente são quatro mais uma. Desta forma, o Brasil nunca mais fica fora de um mundial (são apenas 10 países no continente). Essa ainda pode sofrer alterações, mas houve um acordo prévio entre as seis confederações nos seguintes termos:

  • Uefa: 16 vagas
  • África: 9,5 vagas
  • Ásia: 8,5 vagas
  • Conmebol: 6,5 vagas
  • Concacaf: 6,5 vagas
  • Oceania: 1 vaga

África, Ásia, América do Sul e Central disputarão ainda, em repescagem, duas vagas entre quatro países.

Hipótese de pesadelo

No reino das ideias e levando em conta o ranking da Fifa, que já não é dos mais acurados, realizamos aqui como seria o formato já da próxima Copa. Para isso, colocamos em todos os grupos os 15 mais bem posicionados do ranking, mais Catar, país sede. Depois, sorteamos os países europeus de forma que não houvesse mais de um por grupo.

Finalmente as outras federações tiveram seus países distribuídos nos 18 grupos: apenas um de cada federação por grupo. E o resultado, hipotético e no ranking de hoje, foi essa aberração abaixo.

Se o Brasil queria ter sido hexa, a chance foi neste 2018. Da próxima Copa em diante, o mundial será um animal completamente diferente.