17 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ministério da Saúde ignora importação de seringas e pode haver desabastecimento

Intenção é a compra de 300 milhões de seringas e agulhas, mas pasta não diz quando, como nem mesmo de quem

O Ministério da Economia enviou em 23 de junho um ofício ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, sobre o interesse público na importação de seringas descartáveis da China.

E o gabinete do general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, ignora há quase seis meses. Por causa disso, o país vive um momento de impasse em relação à vacinação contra a Covid-19. Até agora, não se sabe quando o governo Jair Bolsonaro dará início a um plano de imunização.

Um dos problemas é o fato de ainda estar em aberto um processo de compra de seringas e agulhas pelo Ministério da Saúde. E diante da óbvia demanda, corremos o risco de passar por um desabastecimento de seringas durante a campanha de vacinação.

Sem planejamento

O plano nacional entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) no sábado (12) cita a compra de 300 milhões de seringas e agulhas. O custo é de R$ 62 milhões, mas não especifica quando, como e de quem adquirirá o material.

A indústria nacional diz ter dificuldades para fabricar o produto em tempo hábil diante da necessidade urgente de vacinação e dos atrasos do governo. Já falta seringa no mercado internacional, com a corrida de diversos países para vacinar sua população.

Um processo aberto na Secretaria Especial de Comércio Exterior avalia o interesse público na importação de seringas descartáveis de uso geral, fabricadas na China. São produtos com capacidade de 1 ml, 3 ml, 5 ml, 10 ml ou 20 ml.

Para a vacinação, segundo a Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos), a seringa mais usada é a de 3 ml, mas a de 5 ml também atende às especificações.