20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Ministro diz que Bolsonaro ainda assimila a derrota; Presidente do partido culpa Roberto Jefferson

Carla Zambelli, deputada do partido, no entanto, foi perdoada

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou na manhã de hoje (8), em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “está assimilando” a derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais e que o chefe do Executivo precisa desse “momento de reflexão” para decidir quais serão seus próximos passos.

“Eu acho que neste momento agora ele está assimilando, tentando entender o que aconteceu, o que ele vai fazer nos próximos dias para frente”.

Desde 30 de outubro, quando foi derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro mantém rotina de home office, com poucos compromissos e agenda pública esvaziada.

Desde o dia seguinte à apuração (31/10), Bolsonaro ficou a maior parte do tempo recluso no Palácio da Alvorada, a residência da chefia do Executivo federal. De acordo com a agenda do governante, ele teve “compromissos oficiais” em apenas quatro dias: 31/10, 1º/11, 3/11 e 7/11.

Apesar da derrota nas urnas, o ministro avalia que o revés não representa um fim para Bolsonaro ou para o bolsonarismo.

“O bolsonarismo está muito forte, está vivo […] Mas eu acho que é um momento de dar a ele esse momento de reflexão. É um momento dele mesmo, de dar um tempo ao presidente. Depois que ele assimilar tudo, ele deve convocar os ministros para ter uma conversa”.

Ele buscava a reeleição e ficou em segundo lugar na corrida ao Palácio do Planalto, com 49,10% dos votos válidos (58.206.354 votos) — o petista ficou com 50,90%.

Valdemar culpa Roberto Jefferson

O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, disse, também hoje, que o caso envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) – que apontou uma arma contra o jornalista Luan Araújo no sábado (29), não teve grande impacto na campanha de Jair Bolsonaro à reeleição.

Por outro lado, disse acreditar que o caso do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) – que atacou policiais federais com tiros de fuzil e granada, teve um resultado negativo para a campanha.

“O da Carla Zambelli talvez não, porque foi muito em cima. O do Roberto Jefferson teve muita repercussão porque o PT pode explorar isso na televisão e na propaganda dos rádios. O Roberto Jefferson atrapalhou, não tenho dúvida disso, porque atinge as mulheres, e nós já tínhamos problema com as mulheres, por causa das vacinas, aquelas coisas lá atrás”.

As eleições deste ano deram a vitória a Lula contra o atual presidente. O petista foi eleito pela terceira vez e teve numericamente a maior votação da história – o recorde anterior era dele mesmo, em 2006, com 58.295.042 votos.

Esta é a quinta eleição do PT para a chefia do país — sempre em segundo turno — e a primeira vez que um presidente no exercício do mandato perde a reeleição.