Após dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 contra os três poderes da República e a democracia no País, os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Rosa Weber – aposentada – ressaltaram, em declarações ao jornal O Globo, a resistência e o fortalecimento da democracia brasileira frente às tentativas golpistas.
Os ataques, que atingiram gravemente as sedes dos Três Poderes em Brasília, foram definidos pelos magistrados como um marco de amadurecimento das instituições democráticas do país, mas também como um alerta sobre os perigos do extremismo.
O trio reforçou a importância da responsabilização dos autores e articuladores dos atos golpistas, com o objetivo de evitar que eventos semelhantes voltem a ameaçar a democracia no Brasil. O Supremo Tribunal Federal (STF), alvo mais afetado pelas depredações, se prepara para receber ainda neste ano denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) e outros envolvidos no planejamento dos ataques.
Barroso: “a democracia amadureceu” – O atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enfatizou que os atos de vandalismo representaram o ápice de uma campanha de descrédito contra as instituições e o sistema eleitoral brasileiro. Para ele, a resposta dada pelo Judiciário foi essencial para demonstrar a força do Estado Democrático de Direito.
Fachin: “cicatriz histórica que não deve ser esquecida” – Edson Fachin, vice-presidente do STF e futuro presidente da Corte, descreveu os ataques como uma “grave ausência de sentido de República”. Segundo ele, a democracia brasileira, consolidada ao longo de três décadas da Constituição de 1988, mostrou-se robusta ao derrotar a “agenda autoritária” por trás dos atos violentos.
Rosa Weber: “dia da infâmia” – Rosa Weber, que presidia o STF no momento dos ataques, relembrou o esforço de reconstrução do tribunal após os atos de destruição e classificou o episódio como “dia da infâmia”. Para ela, a data deve ser permanentemente lembrada como um alerta à sociedade.