20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Moradores pedem comissão para acompanhar obras do Vale do Reginaldo

Comunidade entregou abaixo-assinado solicitando que o Legislativo de Maceió acompanhe situação dos serviços de revitalização que estão parados

Moradores do Vale do Reginaldo entregaram, na manhã desta terça-feira (27), ao vereador José Márcio Filho (PSDB) um documento contendo três mil assinaturas, no qual solicitam que a Câmara Municipal de Maceió forme uma comissão mista para acompanhar as obras de revitalização do Vale do Reginaldo, que há dez anos encontram-se paralisadas.

O abaixo-assinado foi entregue durante audiência pública na Associação Comercial, em Jaraguá, convocada pelo parlamentar para ouvir a comunidade e gestores públicos estaduais e municipais responsáveis pela obra.

Os vereadores Eduardo Canuto (PSDB), líder do governo municipal na Câmara, e Silvania Barbosa (PRTB) também acompanharam a audiência, que deverá ser precedida por outro debate, como informou o vereador José Márcio, ao cobrar resposta dos governos sobre prazo para a retomada das obras.

O presidente da Associação dos Moradores do Vale do Reginaldo, José Carlos Santos da Silva, o ‘Zé do Boi’, disse que “menos de 20% dos apartamentos prometidos estão prontos. Uma obra de R$ 120 milhões, com contrapartida de 5% do Estado e 5% do município, caríssima, que não sai do papel”, disse.

Rilda de Paula Ferreira Ribeiro, da comissão moradores do Vale do Reginaldo, apresentou imagens que mostram a realidade do bairro, disse que convivem há anos com lama e esgoto a céu aberto.

“Em 2008 a obra começou. Em, 2013 meu pai faleceu e não conseguiu ver o sonho dele realizado. Tenho 41 anos, nasci, me criei naquele lugar. Mas falta tudo. Não tem uma creche. Estamos cansados de ser chamados de favelados, a gente sofre discriminação até no nosso trabalho. A gente está pedindo socorro às autoridades”, disse a moradora.

O vereador Eduardo Canuto destacou a iniciativa, falou da importância do contato da comunidade com o parlamento e vice-versa, disse que o Reginaldo precisa ser visto como prioridade e enfatizou a necessidade de se fazer um relatório e encaminhar para o Ministério Público. “Não sei qual é o motivo de o Reginaldo há 11 anos não ter avançado. Qual o motivo de as obras estarem paradas”, indagou.

Alegações

Disney Pinto, secretário adjunto de Obras do município, informou, entre outras questões, que a prefeitura já fez duas notificações à empresa responsável pelos serviços.

Disse que a construção de pontilhões não depende do governo do Estado para desapropriações, diferente do que ocorre no caso de drenagem e pavimentação; que em relação ao saneamento faltam 300 metros para conclusão e que oficializarão, mais uma vez, através de processo administrativo cobrando da empresa.

Lorena Coimbra, representando a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) disse que o governo não está indiferente ao problema, que está sendo tratado projeto de estratégia para a retomada da obra.

“Esse projeto não é fácil, é complicado, porque envolve Estado e município. Se não avançou, não foi por falta de cooperação. É porque o município está em uma fase e o Estado em outra”, afirmou ao dizer que não há recursos para retirada das pessoas das casas que precisam ser desapropriadas e o aluguel de morada social.

O gerente da Caixa Econômica, Alberto Nunes, informou que todos os meses reúne os técnicos do banco e do município. Declarou que existem dois contratos da ordem de R$ 60 milhões, cada um, e que os valores são emprenhados, mas só chegam à medida que as obras evoluem. Disse ainda que atualmente estão disponíveis na conta dos contratos R$ 6,8 milhões.