16 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Moraes afirma à PF que acusados de agressão em Roma disseram que ele ‘roubou as eleições’

Ministro e quatro integrantes de sua família foram ouvidos pela PF na segunda-feira

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou à Polícia Federal que foi alvo de duas investidas no aeroporto de Roma por que teria ‘fraudado as urnas e roubado as eleições’.

Os autores das hostilidades seriam Roberto Mantovani Filho e Andréia Munarão. O filho do ministro também teria sido agredido na ocasião, com um tapa. O entrevero aconteceu no aeroporto de Roma, no dia 14 deste mês.

O ministro e quatro integrantes de sua família foram ouvidos pela PF na segunda-feira, 24. Nos cinco depoimentos foi destacado que as hostilidades dirigidas ao magistrado eram ‘políticas’ e teriam o intuito de ‘constrangê-lo’. A família garantiu que as imagens do aeroporto italiano comprovariam a versão.

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Versão de Moraes

Andrea teria abordou o ministro enquanto este estava fazendo credenciamento para entrar na sala VIP da companhia aérea TAP. Foi relatado à PF que ela teria chamado Alexandre de Moraes de ‘comunista, bandido e comprado’.

Depois que Alexandre entrou na sala VIP, Andrea teria começado a gravar o magistrado e afirmado que ele havia ‘fraudado as urnas e roubado as eleições’.

Foi nesse momento que os três filhos de Alexandre de Moraes, que ainda estavam no credenciamento, teriam alertado Andrea, indicando que, se não parasse, seria gravada e processada.

Nesse momento, Andrea chamou o marido, Roberto Mantovani que avançou contra o filho de Alexandre dizendo: “Filho de bandido, comunista, ladrão. Seu pai fraudou as eleições”.

Quando o filho do ministro tentou pegar seu celular para gravar o ocorrido, Roberto teria dado um tapa em seu rosto, o que fez com que seus óculos caíssem. De acordo com o depoimento, Roberto foi contido por um estrangeiro.

O casal foi embora, mas retornou instantes depois, passando a gravar Alexandre e sua família dentro da sala VIP, segundo o relatado à PF. Foi quando o ministro do STF teria se direcionado ao casal, dizendo que era a segunda vez que eles agrediam sua família. Alexandre afirmou à PF ter avisado que tiraria fotos para identificá-los e que seriam processados no Brasil.

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Outro lado

Ralph Tórtima Filho, advogado dos suspeitos de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes em Roma, afirmou hoje que o depoimento do ministro do STF à Polícia Federal traz uma “curiosa inovação”.

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O advogado afirmou que a defesa “ainda não teve acesso aos depoimentos da família Moraes”, mas adiantou que “o que se pode dizer, de forma objetiva, é que nenhuma das ofensas agora divulgadas, envolvendo fraude às urnas ou interferência no resultado eleitoral, constou da representação ofertada pelo Ministro Alexandre de Moraes”.

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A Polícia Federal ainda aguarda receber as imagens do aeroporto. Autoridades italianas passarão as gravações de câmeras de segurança à Interpol. A PR usa as frentes de cooperação policial internacional, pela Interpol, e também acionou o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para acelerar o acesso.