17 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Moraes manda bloquear redes de Marcos Do Val e R$ 50 milhões do senador

Bolsonarista fez novos ataques ao Judiciário e ao próprio ministro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nessa semana que os perfis no Instagram do senador Marcos do Val (Podemos-ES)  sejam bloqueadas, assim como R$ 50 milhões das contas bancárias do senador.

Isso aconteceu depois que o o bolsonarista fez novos ataques ao Judiciário e ao próprio ministro. Ele criticou a Corte e Alexandre de Moraes em suas postagens, declarando que “o cerco estava se fechando contra [Alexandre} Moraes” e que pretendia levar o caso a tribunais internacionais.

No Twitter, do Val afirma que as decisões são inconstitucionais e configurarem “abuso de autoridade”, afirmou que não tem esse dinheiro e pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que intervenha no caso.

“O que estamos vivendo é uma flagrante contravenção e um desrespeito não só à minha pessoa, mas a todo o Senado Federal, que está sendo desmoralizado por uma medida arbitrária que viola o princípio da dignidade humana e a imunidade parlamentar”.

Sobre a decisão de Moraes, Marcos do Val disse que seria “absolutamente desproporcional e inconstitucional”:

“Impor uma dívida de 50 milhões de reais é não apenas impossível de ser quitada, mas também uma afronta à minha dignidade, como parlamentar e como ser humano. Nem em dez gerações seria possível pagar esse valor!”

O STF já havia determinado a suspensão das redes sociais do parlamentar por ser suspeito de tentar obstruir investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

A suspensão atual segue um relato de Marcos do Val sobre uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro, na qual discutiram um suposto plano de golpe. O senador teria sido incentivado a gravar um encontro com Alexandre de Moraes para tentar obter uma declaração comprometedora que pudesse impedir a posse do presidente Lula.