19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

MPF de Goiás não gostou das páginas de fake news serem retiradas pelo Facebook

Procurador investiga o Facebook desde setembro “por supostos atos de censura e bloqueio de usuários brasileiros”; MBL diz que foi censurado

Um procurador do MPF-GO (Ministério Público Federal em Goiás) cobrou explicações do Facebook sobre a remoção de 196 páginas e 87 perfis da rede social, anunciada hoje pela empresa. Ailton Benedito de Souza deu um prazo de 48 horas para que as informações fossem fornecidas.

Foi solicitada a relação de todas as páginas e perfis removidos e a “justificativa fática” específica sobre essa providência para cada exclusão. O documento foi endereçado ao “presidente do Facebook Serviços Online do Brasil”. O procurador investiga o Facebook desde setembro do ano passado “por supostos atos de censura e bloqueio de usuários brasileiros”.

MBL diz que foi censurado

O MBL (Movimento Brasil Livre) divulgou nota sobre o que classificou de “censura” por parte do Facebook. O grupo de direita informou que diversos de seus coordenadores tiveram suas contas “arbitrariamente retiradas do ar” pela rede social.

O comunicado do MBL atribuiu ao Facebook a alegação de que “se tratava de coibir contas falsas destinadas a (sic) divulgação de ‘fake news'”, mas a rebateu dizendo que muitas delas possuíam dados biográficos e outras informações verificáveis. A acusação de que se tratavam de contas falsas seria, portanto, “absurda”.

As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional, de acordo com as fontes da agência Reuters. Ao deturpar o controle compartilhado das páginas, os membros do MBL eram capazes de divulgar suas mensagens coordenadas como se as notícias viessem de diferentes veículos de comunicação independentes, de acordo com as fontes.