19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

MPF promove discussão sobre dragagem das lagunas Mundaú e Manguaba, em Alagoas

Reunião destaca a necessidade de atualização dos estudos para a dragagem do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba, visando soluções integradas e sustentáveis

registro da sala de reuniões com diversas pessoas sentadas no entorno da mesa oval de madeira escura, com uma faixa horizontal na parte de baixo da imagem, na cor azul em degradê, com o simbolo do forum As-Lagoas na lateral esquerda e o título da notícia "MPF promove discussão sobre dragagem das lagunas Mundaú e Manguaba" no centro e lateral direita
Arte: Comunicação MPF/AL

A Oficina de Proteção dos Recursos Hídricos voltou a se reunir, no âmbito do Fórum As-Lagoas: Em Defesa do CELMM, para dar continuidade à discussão sobre a dragagem do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (Celmm).

A reunião, promovida pelo Ministério Público Federal (MPF), tinha como objetivo principal a apresentação do projeto de dragagem pela Secretaria de Infraestrutura de Alagoas (Seinfra) e pela Encibra S.A. Estudos e Projetos de Engenharia. No entanto, foi esclarecido que se obteve cópia de um estudo elaborado há 6 anos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, ainda não analisado devidamente.

Dragagem do CelmmOs procuradores da República Juliana Câmara e Lucas Horta, membros do Núcleo de Meio Ambiente do MPF e coordenadores do Fórum, destacaram a necessidade urgente de atualização desse estudo, concluído em 2018, para que ele atenda às mais modernas normas ambientais e de sustentabilidade. Na tarde desta segunda-feira (9), o MPF informou que requisitará a documentação ao Ministério dos Transportes, quem financiou o estudo em 2018, à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Ministério de Portos, a fim de que o estudo seja encaminhado o mais rápido possível para análise pela Oficina.

Dragagem das Lagoa

A dragagem das lagoas Mundaú e Manguaba é considerada fundamental para os municípios lagunares, que sofrem com transbordamentos durante períodos de fortes chuvas, um problema que tende a se agravar devido às mudanças climáticas. Entretanto, para que essa intervenção seja eficaz e sustentável, é essencial que o projeto seja revisado, atualizado e ampliado, incluindo a participação de outros atores estaduais e a consideração de soluções integradas que ataquem as causas do assoreamento do Celmm.

Dragagem do Celmm

Participaram também da reunião representantes das secretarias de meio ambiente dos municípios de Pilar e Marechal Deodoro, da Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma), do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), da Autarquia Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana de Maceió (Alurb), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do CELMM.

Os presentes enfatizaram que a simples dragagem, sem um planejamento abrangente que contemple a recuperação da mata ciliar e o esgotamento sanitário, pode resultar em gastos elevados sem benefícios duradouros. Assim, a expectativa é que, a análise do estudo e a definição do escopo de sua atualização se dê em colaboração pelos membros da Oficina de Proteção dos Recursos Hídricos, sob a condução da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

O MPF também destacou que, além da dragagem, é necessário um estudo integrado que considere os impactos ambientais e sociais das obras propostas – da dragagem e das barragens ao longo dos rios Mundaú e Paraíba do Meio. A atualização dos estudos é vista como um passo necessário para a efetiva implementação de medidas que garantam a preservação do ecossistema lagunar e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

Dragagem do Celmm

Ficou definido como encaminhamento que o anteprojeto, resultado do estudo de 2018, será objeto de análise pela oficina temática e em seguida será expedida uma nota técnica que contemple a ampliação do escopo do projeto. Essa nota técnica será entregue formalmente à Seinfra para que seja processada no âmbito do Governo do Estado, da forma adequada para a definição da execução do projeto que é considerado primordial – social e ambientalmente – para todos os municípios banhados pelo Celmm.

O Fórum As-Lagoas foi instituído a partir do procedimento administrativo nº 1.11.000.000285/2022-63, instaurado no MPF para apurar as múltiplas causas de degradação do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba e promover a elaboração conjunta e implementação de um plano de ação para garantir a integridade do ecossistema lagunar.