19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cultura

Mundaú Lagoa Aberta realiza neste domingo sua 37ª edição da cultura popular

Evento ainda promove o debate sobre o Agosto Lilás e a Cultura à Vida das Mulheres em Alagoas

 

A cultura popular e a cidadania em cena neste domingo no Lagoa Aberta

Neste domingo, 06 de agosto a beira da lagoa Mundaú, em Maceió vai respirar arte, cultura e cidadania com a 37ª edição do evento Mundaú Lagoa Aberta, com o tema “Em Defesa e Respeito da Cultura Popular e da Vida das Mulheres em Alagoas”.

O evento acontecerá no Monumento ao Milênio, Vergel do Lago, terá início a partir das 13h, com uma programação que debaterá temas relacionados às celebrações do Agosto da Cultura Popular e Agosto Lilás.

Aa programação diversificada busca promover a cultura popular e a luta pelos direitos das mulheres.

O que é o Lagoa Aberta?

O Mundaú Lagoa Aberta é um evento tradicional em Alagoas, realizado todo o primeiro domingo do mês, com o objetivo de promover a cultura e sensibilizar a sociedade para questões importantes. Nesta edição, reafirma seu compromisso com a cultura e a valorização feminina, buscando criar um espaço de diálogo e respeito entre todos os participantes. Junte-se a nós nessa jornada de celebração e transformação!

Sobre uma das homenagens do evento, o professor da Escola Técnica de Artes da Ufal (ETA), Jeamerson Santos, acerca da representatividade da cultura alagoana, diz que: “O professor e pesquisador José Acioli foi um dos professores que mais respeitou os saberes e fazeres das expressões artísticas da cultura popular alagoana. Era sua referência de ensino de arte e foi junto com ele dialogando sobre a potência das artes populares que desenvolvi o trabalho sobre olhar do ensino artístico Anti Racista. José Acioli, em sua didática, buscava a construção de relações de afeto e respeito contra a intolerância religiosa. Como professor sempre se postou como profissional de excelência por entender a importância e a responsabilidade na formação de futuros profissionais das artes. Sou grato por tê-lo como amigo e mestre”, conclui.

Em agosto, o Movimento dos Povos da Lagoas propõe roda de diálogo com o tema: Em Defesa e Respeito da Cultura Popular, com entidades, coletivos e fóruns da cultura alagoana para debater sobre esse momento único de acesso a leis e políticas públicas, em meio a muitas pautas e lutas na sociedade civil organizada.

Feminicídio – Mônica Carvalho, Egbome do Ilé Axé Legioniré; membra Coletivo Iyá Egbé; membra da Rede Estadual de Mulheres de Comunidades Tradicionais de Alagoas e do Coletivo Levante Feminista Contra o Feminicídio Alagoas ressalta a importância da luta contra o feminicídio e de políticas públicas de defesa da mulher dizendo que: “Estamos em agosto de 2023 e Alagoas já contabiliza 15 feminicídios. A maioria desses casos na cidade de Maceió. A cidade mais perigosa para as mulheres hoje dentro do estado. Três desses feminicídios, em especial, os assassinos já estão presos e o Ministério Público já deu andamento nos seus processos, nas suas questões. Eles são reconhecidos pelo estado como feminicidas e nós precisamos então fazer com que os assassinos da Professora Elisabeth (morta em 01 de janeiro de 2023) e o assassino de Mãe Marcelle de Xangô, sejam levados a júri popular. A sociedade precisa julgar esses homens. O poder judiciário precisa dar celeridade aos casos de feminicídios e levar todos os feminicídios a júri popular. Esses homens precisam ser apresentados à sociedade como tais, pela monstruosidade de seus crimes. Eles precisam ser responsabilizados pela sociedade”, conclui.

Oficinas de arte e cultura no projeto

Agosto lilás e Maria da Penha: o debate

A advogada da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres – CDDM, Paula Lopes, fala sobre a importância da conscientização do Agosto Lilás, dizendo que: “Agosto é um mês de lutas, um mês em que lembramos e enfatizamos a importância da Lei Maria da Penha (11.340/2006) através da Campanha que fala sobre os 5 tipos de violência doméstica contra a Mulher. Maria da Penha Maia Fernandes sobreviveu a duas tentativas de feminicídio, mas seu agressor não foi preso à época, porque no código Penal não existia esse tipo de crime descrito. Ela lutou, e junto ao Cladem expuseram a situação na Corte Interamericana de Direitos Humanos até que o Brasil fosse recomendado a criar esta Lei para coibir a violência e cuidar das vítimas e sobreviventes. Convido a todos para o Mundaú Lagoa Aberta, para esclarecer qualquer dúvida relacionada a este tema”, finaliza.

Esta edição conta com o Projeto Memórias, mediado pela radialista, comunicadora popular e diretora de cultura e conteúdo da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço Brasil), Rejane Barros, que já possui uma relação com o Mundaú Lagoa Aberta e os movimentos que fazem parte do meio trazendo as pautas para debate em seu Programa no Rádio e nas Redes. Para ela, o Projeto é mais uma forma de enfatizar a importância da comunicação comunitária para o conhecimento de ações populares que há muitos anos acontecem em nosso estado: “A comunicação comunitária junto aos movimentos sociais transformam a vida dos povos e das comunidades, pois comunicação é um direito humano prioritário. As pautas que eu trago nos rádios e redes são sobre politicas públicas, pela cultura, pela mulher e a não-violência, e nisso eu estou sendo ouvida por pessoas que lutam junto comigo em todo o país. Eu já tenho essa parceria com o Mundaú Lagoa Aberta e consigo falar com todos os projetos e entidades que o compõem, e agora vou poder ainda mais estar ali com os movimentos e as pessoas dentro da sua realidade. E se chama justamente Memórias porque é isso que nós vamos guardar nos nossos arquivos sobre o fazer cultural, no ouvir, na historia, dos mestres e mestras… Então, são experiências incríveis de como a gente precisa desse meio de comunicação para fortalecer as nossas lutas”, conclui.

.Também integrando a programação do Mundaú Lagoa Aberta, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, Marcelo Vieira, ressalta a importância da conscientização contra o trabalho infantil com o Programa de Combate ao Trabalho Infantil que promoverá a primeira corrida de rua na orla lagunar, dizendo que: “O Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT19) e o Ministério Público do Trabalho da 19ª Região (MPT19), vinculados ao Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, em conjunto com o FETIPAT – Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente, estão desenvolvendo o projeto “Corridinha para o Futuro”, que tem como produto a realização de corridas de rua em comunidades carentes, voltadas para crianças. O Projeto conta com a operacionalização financeira da ASSTRAXIX e realização técnica das empresas CONTIME E ATTIVA LOG”, finaliza.

Jovens engajados em coletivos culturais no Lagoa aberta

Ainda nas atividades do dia, para o coordenador do Coletivo Nois q Faiz, Diego Verdino: “O Duelo de MCs Nacional, é a maior competição de rap improvisado do mundo e tem uma etapa alagoana, desde o ano de 2016, resultado do intercâmbio entre o coletivo alagoano Nois Q Faiz (através da Batalha Marginal) e o coletivo mineiro Família de Rua, idealizador do projeto. Considerado o “campeonato brasileiro das batalhas de rimas”, o evento circula todos os estados do Brasil – incluindo o Distrito Federal -, classificando um MC (mestre/mestra de cerimônia) de cada estado, para disputar a Grande Final, na capital mineira, a cidade de Belo Horizonte. Desde antes do início do Duelo Nacional, em 2012, a Família de Rua vem estimulando e fomentando uma importante rede de fazedores e fazedoras de expressivas batalhas de rimas de todo o país, espaços esses que vêm formando a cultura crítica de uma vasta juventude inserida no contexto urbano de várias cidades do Brasil”, finaliza.

Veja Programação:

13h30 a 17:00: Concentração e corrida com crianças promovida pelo TRT.

13h0: Espaço de Diálogos sobre a Lei Maria da Penha e caminhos contra a violência contra as mulheres, com mediação do CDDM e SEMUDH.

Homenagem à Mãe Marcelle de Xangô.

Mutirão aberto à comunidade com a presença de advogadas e psicólogas para atendimento às mulheres.

14:00: Abertura com uma homenagem ao Professor Acioli, seguida por uma Roda de Diálogos sobre o Agosto em Defesa da Cultura Popular, com a participação de fóruns e coletivos de Maceió, Alagoas.

Apresentações culturais:
-Capoeira Engenho Velho
-Boi Fênix
-Coco Sensashow
-Cia Talent show
-Projeto Erê/Arteiro e Atividade Socioambiental com a Startup Enxame,
-Duelo de MCs Nacional – “Nois Q Faiz” – Batalha Marginal com performances de música e poesia.

-Ação de educação ambiental – SEMARH

-Atividade da SEMUDH em prol do Agosto Lilás, com ação de conscientização e fortalecimento da autoestima feminina.

Serviço:
37ª Edição Mundaú Lagoa Aberta
Local: Monumento ao Milênio
Data: 06/08/2023
Horário: A partir das 13:00

-Texto produzido por Isadora Ulisses, estudante de Relações Públicas do Bureau de Comunicação Comunitária da Ufal, sob orientação da professora Manuela Callou e Coordenação geral de Keka Rabelo, em parceria do GT Movimento dos Povos das Lagoas, dentro do Projeto de emenda parlamentar Memória e Produção em Territórios Culturais/AL (Consciência Lunga e Mundaú Lagoa Aberta)

– Realização Quintal Cultural, Quilombo Lunga, Movimento dos Povos das Lagoas, Termo de fomento n. 929345/2022 proposto pelo Gabinete do Deputado Paulão através da Secretaria de Diversidade Cultural – Ministério do Turismo e Ministério da Cultura.

Coordenação Geral:

Keka Rabelo

Coordenação Técnica:

Instituto Ideal, Coletivo Nois q Faiz, Kuca Melo Empreendimentos

Coordenação de comunicação:

Projeto Bureau de Comunicação Comunitária e Agerp Ufal