20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Na equipe de transição de Lula, Renan Calheiros afirma que com Orçamento Secreto não há governo

Senador tem uma disputa histórica com o também conterrâneo Arthur Lira, presidente do Congresso e aliado de Bolsonaro

Indicados para o conselho político da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) deve atuar para reverter o apoio do PT à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara dos Deputados.

O senador alagoano fez um alerta hoje ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o orçamento secreto.

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Após fazer uma série de críticas a esse tipo de emenda, Calheiros afirmou que, se Lula não acabar com o orçamento secreto, será o próprio orçamento secreto que irá acabar com o governo.

“Se o Lula não acabar com o orçamento secreto, o orçamento secreto vai acabar com Lula. É impraticável você conviver na presidência da República com o orçamento secreto”. Renan Calheiros, em entrevista ao UOL News.

E após afirmar que o orçamento secreto “acabou com os investimentos no Brasil”, o senador também fez críticas ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

“O Bolsonaro deixou de ser presidente a partir do momento em que adotou o orçamento secreto porque ele retira as competências e prerrogativas do governo e transfere o endereço para os pedidos dos entes da Federação para o Congresso Nacional. O presidente não tem função”.

Renan Calheiros ainda chamou o orçamento secreto de “absurdo” e citou o exemplo do próprio presidente Bolsonaro, que acabou ficando sem dinheiro e, consequentemente, na mão do Senado para conseguir empréstimos.

Alternativa

O senador tem uma disputa histórica com Lira. Neste ano, seu candidato ao governo do Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi para o segundo turno contra o nome apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados. Calheiros sustenta que, com Lira à frente da Câmara, Lula dificilmente conseguirá acabar com o Orçamento Secreto, promessa de sua campanha.

Calheiros têm apostado na formação de um bloco junto ao União Brasil para evitar a reeleição de seu rival histórico. O plano inicial do senador alagoano previa também o apoio do PSD, ideia que se enfraqueceu após aproximação de Lira com Gilberto Kassab (PSD).

Junto a nomes como o senador Eunício Oliveira (MDB), Calheiros quer convencer Lula a adotar um plano B à PEC de Transição, saída encontrada pela campanha do presidente eleito para abrir espaço no orçamento e bancar propostas como o Bolsa Família no valor de R$ 600. Segundo os emedebistas, é possível garantir a verba por meio de uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU).