19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Nasa revela novas evidências de moléculas orgânicas em Marte

Sonda Perseverance encontrou um potencial indicador de vida no planeta

A sonda InSight Mars da NASA adquiriu esta imagem usando sua câmera de implantação de instrumentos (IDC) montada em um braço robótico. Foto: NASA/JPL-Caltech

Evidências sobre a possível existência de uma grande quantidade de moléculas orgânicas em Marte, indicadoras de vida, estão aumentando.

A sonda Perseverance da NASA fez novas descobertas, sugerindo a presença de uma diversidade dessas moléculas nas rochas de uma área que já foi um lago há muito tempo.

A mais recente evidência vem do instrumento chamado Sherloc, que está localizado no braço robótico do rover de seis rodas e permite um mapeamento detalhado e análise de moléculas orgânicas.

Os pesquisadores relataram as descobertas do Sherloc em dez locais de duas formações geológicas no fundo da cratera Jezero. Eles encontraram evidências da presença de moléculas orgânicas em várias amostras de rochas, incluindo algumas que foram coletadas para análises futuras na Terra.

No entanto, os pesquisadores enfatizaram que a presença dessas moléculas não é uma prova conclusiva de vida passada ou presente em Marte, e que processos não biológicos ainda são uma explicação mais provável.

As moléculas orgânicas são os blocos de construção moleculares da vida como a conhecemos, mas também podem ser formadas por processos geológicos não relacionados à vida. Ela observou que existem sinais variados nas formações do fundo da cratera e nos minerais associados a elas.

Perseverance

A missão da Perseverance é procurar evidências de vida antiga em Marte e coletar amostras de rocha e solo para possível retorno à Terra. A sonda pousou na cratera Jezero em fevereiro de 2021, uma área que já foi inundada por água e abrigou uma antiga bacia lacustre.

No passado distante, Marte não era um lugar inóspito como é hoje, e acredita-se que tenha havido água líquida em sua superfície. Os cientistas suspeitam que a vida microbiana poderia ter existido na cratera Jezero, onde canais de rios criaram um lago há mais de 3,5 bilhões de anos.

O instrumento Sherloc, que emprega câmeras, um laser e espectrômetros para analisar os comprimentos de onda da luz em busca de moléculas orgânicas, detectou sinais dessas moléculas em todos os dez locais estudados no fundo da cratera. As rochas examinadas eram ígneas e foram formadas vulcanicamente.

O Sherloc é auxiliado por uma câmera colorida chamada Watson, que fornece imagens em close de grãos de rocha e texturas de superfície.

Embora os pesquisadores ainda não conheçam os compostos orgânicos específicos detectados pelo Sherloc, eles suspeitam que as assinaturas químicas possam vir de compostos como benzeno ou naftaleno.