20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Números de Paulo Dantas no 1º turno são o maior desafio para Rodrigo Cunha no 2º turno

Governador venceu em 83 dos 102 municípios alagoanos, incluindo a capital e Arapiraca, principal reduto do adversário

Inciada a campanha para o segundo turno das eleições em Alagoas, o grande desafio do candidato Rodrigo Cunha, segundo colocado no primeiro turno, no domingo, é vencer os números largamente favoráveis a Paulo Dantas. A começar pela diferença geral entre eles. Paulo passou para o segundo turno com 46,64% dos votos válidos. Obteve uma votação de 708.984 votos, quase o dobro do seu adversário, Rodrigo Cunha, que obteve 26,79% – 407.220 mil votos.

E não foi uma votação localizada; um fato isolado. Paulo Dantas foi o candidato mais votado nos dois principais colégios eleitorais do Estado. Em Maceió, ele teve 34,05% dos votos, contra 27,16% de Rodrigo Cunha; em Arapiraca, cidade natal e reduto eleitoral de Cunha, que contou com o apoio do prefeito Luciano Barbosa, Paulo Dantas obteve 37,45% dos votos, e Cunha ficou com 36,46%.

Quer mais números? Dantas venceu a eleição em 83 dos 102 municípios alagoanos, incluindo os de maior densidade eleitoral. Em Delmiro Gouveia ele teve 81% dos votos; Cunha obteve 11,42%. Em Pão de Açúcar e Porto Real do Colégio, Dantas levou 72%. Em Santana do Ipanema e União dos Palmares, fechou com 61%. Em Penedo, Palmeira dos Índios, Viçosa e Atalaia, obteve mais de 50% dos votos válidos. Em Rio Largo e Marechal Deodoro, chegou perto dos 40%.

O município de Pariconha é um caso interessante de quase unanimidade. Paulo Dantas obteve 93% dos votos. Rodrigo Cunha não chegou aos 4%.

A tendência é que esse distanciamento seja mantido. A história das eleições em dois turnos mostram que o percentual de votos obtidos no primeiro turno geralmente são o ponto de partida para a ampliação da densidade eleitoral do candidato. Ou seja, é muito raro reduzir a votação no segundo turno, embora isso já tenha acontecido. Mas, qualquer um dos dois pode aumentá-la. E isso depende da política de alianças com os adversários que ficaram para trás e do trabalho para evitar o crescimento do número de abstenções, que aliás, já foi bem alto no primeiro turno: 22,26% (mais de 500 mil votos que não se consolidaram nas urnas).

Em todo caso, é muito difícil uma mudança de quadro. A não ser que aconteça um “fato novo”, a bem ou mal de um ou de outro candidato.

No primeiro turno, Rodrigo até tentou impactar o favoritismo de Paulo Dantas, divulgando vídeos gravados pelo pai do candidato – não se sabe a que preço ou em que condições – mas não conseguiu seu intento. O que era para ser uma bomba implodindo a estrutura de campanha à reeleição do atual governador de Alagoas, parece ter revertido como um tiro no pé – do próprio Rodrigo Cunha. Em menos de uma semana Dantas pulou 9 pontos nas pesquisas eleitorais (confirmadas na urna), e quase liquida a fatura da eleição no primeiro turno.

Foi por pouco.