Ontem não foi dia de CRB, mas poderia ter sido. Triste derrota. Mas hoje é dia de Ari. E triste de quem não ouviu um grito de gol do Galo na voz de Arivaldo Maia, o aniversariante do dia.
Triste, sim, por que quem gosta e acompanha o esporte na terra dos marechais, sabe que Arivaldo é um dos mais brilhantes narradores esportivos do Brasil. Mas, aposentou os microfones há quase um mês.
Seu início de carreira foi na Rádio Sampaio, de Palmeira dos Índios. -Ele já chegou maior que todos nós no tamanho, na fidalguia e na excelência em narrar futebol. -Disse o também palmeirense, jornalista Pedro Oliveira.
Arivaldo deixou de gritar gol para seus milhares de fãs e ouvintes, conquistados desde os tempos da Rádio Gazeta, da rua do Comércio, na Maceió, terra de gente festeira e apaixonada pelo Trapichão enfeitado, em tarde ensolarada de clássico das multidões.
Segundo Walmari Vilela, outro ícone do rádio esportivo, Arivaldo “é um fenômeno do rádio alagoano”. Companheiros de equipe, Walmari bem sabe do profissional, do homem e do colega de trabalho que decidiu encerrar as atividades no rádio, logo que a voz ficou um pouco mais lenta, mas sem perder o brilho da competência.
E foi aí que o Jorge Moraes lembrou que o “tempo está sendo ingrato com a bola e com todos nós”. Moraes fez alusão ao bordão de Arivaldo, ao narrar um jogo de futebol: “A bola correeeee com o tempo”…
Corriam todos. Além da bola, os jogadores, o juiz, os maqueiros e os massagistas, todos citados poeticamente pelo locutor que animou torcidas independentemente dos resultados dos jogos.
Mas, como disse o amigo Flávio Gomes de Barros, em seu blog no TNH1, “se a bola corre com o tempo, o tempo continua firme para esse grande profissional da imprensa esportiva”.
Isso mesmo. Principalmente por que ele continua em atividade escrevendo sobre esportes em seu blog no Gazetaweb.
Ex-companheiro dele na Organização Arnon de Mello, Arthur Gondim, mais um alagoano que se tornou ícone no jornalismo brasileiro, pontuou com a nobreza costumeira: – Arivaldo Maia é um homem extremamente elegante, de fino trato. Conheço Arivaldo desde que começou no timaço da Rádio Gazeta. Faz sua despedida com o mesmo brilho que marcou sua carreira. Bravo!!!
É assim: Hoje o grande Ari está completando 76 anos. Não há grito de gol, mas há muita alegria no ar pela sua marcante passagem no rádio, fazendo do futebol – e do esporte em geral – uma verdadeira festa.
Portanto, se alguém fosse parar para contar a vida, virtudes e até defeitos do “fenômeno do rádio alagoano”, o tempo, obviamente, não pararia. Mas, certamente faria uma pausa para respirar contente, por que o desfile de bons comentários seria um universo.
Enfim, os colegas gritam hoje em uníssono – Somos todos Ari!
Arivaldo Maia será um narrador que nunca será esquecido pelos amantes do futebol, é o Pelé da narração esportiva. Foi sucesso do inicio ao fim da sua carreira. Ainda poderia nos dar mais alguns anos de alegria com sua narração, mas respeito sua decisão de parar e desejo uma feliz aposentadoria dos microfones.