7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Obstrução à Lava Jato: Justiça do DF absolve Lula e mais 6 em processo

Absolvição vem um ano após sentença de Moro, que condenou o ex-presidente no caso do tríplex

Um ano após a sentença do juiz Sergio Moro que condenou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente foi absolvido nesta quinta-feira (12) no processo em que era acusado de obstrução à Justiça envolvendo a Operação Lava Jato, um ano após a sentença do juiz Sergio Moro que condenou Lula na Lava Jato no caso do tríplex.

A sentença do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal Criminal no Distrito Federal, refere-se a um suposto esquema para a compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. “O áudio captado não constitui prova válida para ensejar qualquer decreto condenatório”, disse o magistrado.

Além de Lula, também foram absolvidos o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete de Delcídio, o banqueiro André Esteves, Edson Siqueira de Ribeiro Filho, ex-advogado de Cerveró, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, junto com seu filho, Maurício Bumlai.

Lula foi implicado na ação penal em função do acordo de colaboração firmado por Delcídio junto à Justiça. Em sua delação, o ex-senador citou um encontro em maio de 2015 no qual o ex-presidente teria expressado preocupação em relação a Bumlai. Lula, então, teria pedido a intervenção de Delcídio junto ao pecuarista e ao ex-diretor da Petrobras.

O pedido de Lula para auxiliar Bumlai, de acordo com o delator, tinha como objetivo “segurar” um acordo de Cerveró. O esquema teria movimentado R$ 250 mil, divididos em cinco pagamentos mensais de mesmo valor.

Justiça

A equipe de comunicação do ex-presidente comemorou sua absolvição. “Justiça!” e “só Moro condena Lula sem provas”, diz a mensagem publicada nas redes sociais do petista. Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, diz que a absolvição mostra o caráter “ilegítimo” da condenação do petista por Moro.

“A sentença absolutória proferida em favor de Lula nesta data evidencia ainda mais o caráter ilegítimo das decisões que o condenaram no caso do tríplex. Enquanto o juiz de Brasília, de forma imparcial, negou valor probatório à delação premiada de Delcídio do Amaral por ausência de elementos de corroboração, o juiz de Curitiba deu valor absoluto ao depoimento de um corréu e delator informal para condenar Lula”, diz Zanin.