19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Pastor culpou o PT: Editora de Silas Malafaia pede recuperação judicial de R$ 16 milhões

Central Gospel joga perdas de R$ 104 milhões entre 2015 e 2018 na crise e nas novas tecnologias

Empresa criada há 20 anos pelo pastor Silas Malafaia e sua esposa, a também pastora Elizete, a Central Gospel, entrou com um pedido de recuperação judicial no valor de quase R$ 16 milhões.

Segundo Malafaia, só sobraram 120 dos cerca de 300 funcionários que mantinha na folha de pagamento. Ele, claro, culpou a crise financeira “causada pelo PT” pela situação da Central Gospel, que tem mais de 650 títulos em seu catálogo, todos voltados ao consumidor evangélico.

Entre os livros do catálogo da Central Gospel estão a “Bíblia da Turma do Cristãozinho” para os pequenos, ou “31 Segredos de uma Mulher Inesquecível” para as fiéis.

Advogados de Malafaia defendem a ideia de uma empresa com “forte cunho social” que “chegou a ser intitulada como a 2ª maior editora cristã em atuação no Brasil”, atrás apenas de uma a serviço das Assembleias de Deus.

Com presidente aliado, as coisas devem melhorar

Novos tempos

Até 2014, a Gospel teve faturamento, ainda segundo advogados de Malafaia, de R$ 51 milhões. Mais do que triplicou os R$ 15 milhões de 2000. Mas em 2018, as vendas da Central Gospel equivaleram a 30% da cifra atingida quatro anos antes.

A empresa cita perdas de R$ 104 milhões com a queda da receita entre 2015 e 2018. Na última trinca de anos, a Gospel apontou prejuízo acumulado de R$ 4,3 milhões, gerando aumento da dívida bancária e atraso junto aos fornecedores.

A companhia lista dívidas trabalhistas de R$ 1,5 milhão, R$ 2 milhões com credores em pessoa jurídica e R$ 12,1 milhões com outros tipos de credores. Isso totaliza R$ 15,6 milhões em débitos com mais de 200 pessoas ou empresas.

Malafaia havia tentando pedir um empréstimo de R$ 12 milhões ao Bradesco, onde tem conta, mas não conseguiu. Daí recorrer à Justiça. O pastor diz que essa foi a única saída que viu. Temia que, se não pagasse um credor, a falência acabasse sendo inevitável. “Só tem um caminho, pedir recuperação judicial pra não ir no pau todo mundo.”