25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

PC desarticula grupo que aplicava golpe do empréstimo em AL e apreende R$ 6 milhões em bens

Entre os bens, estão três carros de luxo, uma casa (num condomínio de luxo na Serraria) e dois apartamentos (no Farol e na Pajuçara), também de luxo

A Polícia Civil de Alagoas, desmantelou hoje (28), por meio da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Deccor), uma organização criminosa que aplicava golpe do empréstimo consignado em Alagoas.

A PC informa ainda que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em seis locais, e que resultaram na apreensão de bens, estimados em cerca de R$ 6 milhões, e R$ 100 mil, em dinheiro.

Entre os bens, estão três carros de luxo, uma casa (num condomínio de luxo na Serraria) e dois apartamentos (no Farol e na Pajuçara), também de luxo.

Os mandados tiveram parecer favorável do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MPAL)

O golpe, descoberto a partir de investigações que duraram cerca de dois anos, era aplicado a partir de atividades da empresa, localizada na Rua Barão de Penedo, em Maceió, que funciona como uma empresa de empréstimos consignados a pessoas físicas, especialmente a servidores públicos.

Esquema

De acordo com as investigações, servidores superendividados eram cooptados a realizar empréstimos consignados, mesmo sem margem consignável, a fim de quitar débitos com bancos e correspondentes, sendo que tais serviços fornecidos pela líder da organização onerava excessivamente os “clientes”, que além de concordarem com negócios dos quais não tinham qualquer noção de valores e juros, ainda eram obrigados a fornecerem senhas, abrirem contas e assinarem papéis, tudo às cegas.

Ao recepcionar as vítimas endividadas e sem margem consignável, os integrantes do grupo as convenciam pagar uma taxa de serviço de 15% sobre as dívidas já contratadas para em seguida contratar novo empréstimo, cujo valor nunca chegava a essas vítimas. A elas, eram pagos apenas valores definidos pelo grupo criminoso. Para concretizar o golpe, eles diziam que liberariam a margem consignável, mas o novo empréstimo – com valores bem superiores – acabavam nas mãos dos golpistas.

A estrutura da empresa era usada para essa transação e os valores eram creditados nas contas criadas apenas para receber o empréstimo. Em seguida, operadores da líder do grupo efetuavam saques e transferência para contas da estelionatária.

Além da líder da organização, de 51 anos de idade, também faziam parte do grupo o marido dela, de 66 anos, dois filhos, um contador e laranjas que faziam os saques do dinheiro resultante do golpe.

A polícia acredita que mais de 100 pessoas tenham sido vítimas do crime, e revelou que a mulher, acusada de liderar a organização criminosa, já atua desde 2005 no mercado, em Maceió.

O delegado Lucimério Campos disse ainda que pessoas vítimas do golpe podem comparecer à Secotap, no Complexo de Delegacias Especializadas (CODE), no bairro de Mangabeiras, para prestarem esclarecimentos sobre os fatos.