19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

PF cumpre mandados contra deputado que admitiu financiar golpistas: “sou bandido, terrorista”

“Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro. Eu acampei lá”, afirmou ele em discurso no mês de julho

Em operação no estado de Goiás, a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão contra o deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) suspeito de envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. São cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Goiânia e Piracanjuba.

Essa é a 15ª fase da Operação Lesa Pátria. O objetivo é identificar pessoas que incitaram, participaram e financiaram a invasão e vandalismo às sedes dos Três Poderes.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”. Nota da Polícia Federal.

Amauri Ribeiro pode reclamar de tudo, menos de ter sido pego de surpresa: em junho deste ano, ele mesmo admitiu ter feito doações para os acampamentos antidemocráticos que foram montados em frente a quartéis de Brasília como forma de questionar o processo eleitoral em 2022. Além de dinheiro, o parlamentar afirmou ter ajudado os golpistas com mantimentos e até ter acampado no local:

“Eu também deveria estar preso, eu ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta porque sou patriota. O dinheiro não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação”.

O pior é que, como todo extremista, recuou das próprias palavras e ações quando a coisa ficou feia. Logo após a afirmação polêmica, ele acionou o STF para pedir que a Corte rejeitasse um eventual pedido de prisão.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Goiânia, o parlamentar, que disse ter financiado e se chamou de bandida, terrorista e canalha, afirmou que teve a declaração distorcida pela imprensa.