A Polícia Federal intimou nesta segunda-feira (19) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento nesta quinta-feira (22) pela montagem de uma trama golpista em 2022 para mantê-lo no poder mesmo após a eleição do presidente Lula (PT).
De acordo com aliados de Bolsonaro, a defesa ainda não teve acesso a todo o material do processo e pretende expor na petição as razões para que o ex-presidente não seja ouvido neste momento.
Enquanto isso, advogados do ex-presidente tentam adiar o testemunho. Alpem de Jair, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente, general Walter Braga Netto, também foram intimados a prestar depoimentos.
Investigadores deflagraram no último dia 8 de fevereiro a operação Tempus Veritatis para apurar o caso e na ocasião agentes prenderam ex-assessores do ex-presidente e cumpriram mandados de busca e apreensão. Bolsonaro foi obrigado a entregar seu passaporte.
A investigação é um dos principais reveses para Bolsonaro no cerco judicial que enfrenta desde que deixou a Presidência, em dezembro de 2022.
Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão no último dia 8 e teve que entregar o seu passaporte à PF. O mandado foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).Moraes determinou apreensão de documento de Bolsonaro e outros alvos da ação por risco de fuga.
“Frustrada a consumação do golpe de Estado […], identificou-se que diversos investigados passaram a sair do país, sob as mais variadas justificativas (férias ou descanso), como no caso do ex-presidente”, disse Moraes na decisão. Na semana passada, Bolsonaro confirmou que enviou dinheiro para os Estados Unidos no fim de seu mandato e disse que “não é crime” efetuar esse tipo de transferência.