19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

PF ouve hoje Bolsonaro, Michelle, Cid e mais 5 ao mesmo tempo sobre desvio de joias

Oitiva marca o reencontro de Bolsonaro com o ex-auxiliar Mauro Cid, que está preso desde maio

A Polícia Federal colhe hoje, em depoimentos coletivos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sua mulher, Michelle Bolsonaro, eu advogado Frederick Wassef e de outros aliados da família em inquérito que investiga a venda de joias e presentes recebidos enquanto Bolsonaro era presidente.

Também estão no grupo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, o pai general Mauro Lourena Cid, Fábio Wajngarten, advogado e ex-secretário de Comunicação, o tenente Osmar Crivellati, que integrou a equipe de Bolsonaro e o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro.

O objetivo dos depoimentos é saber por quem passaram as joias e outros objetos recebidos de presente. Todos os ouvidos hoje foram citados na tentativa de sair com os objetos do país, vendê-los e depois recomprá-los.

Por causa dessa investigação, Bolsonaro e Michelle já tiveram quebrados seus sigilos fiscais e bancários. A PF apura se o dinheiro da venda dos objetos teve como destino final a conta do ex-presidente ou de sua mulher.

A oitiva marca o reencontro de Bolsonaro com o ex-auxiliar Mauro Cid, que está preso desde maio. No entanto, eles não devem ter contato dentro do prédio da Polícia Federal.

Este é também o quinto depoimento que o ex-presidente presta à PF, em diferentes investigações. Bolsonaro está envolvido em investigações por fraude no cartão de vacina dele e de sua família, por fake news e por um suposto plano golpista de gravar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Wassef e o relógio

A PF já constatou que um relógio, que fazia parte de um kit de joias sauditas recebidas por Bolsonaro em uma viagem oficial em 2019, foi vendido nos Estados Unidos e recomprado por um preço mais alto após o TCU (Tribunal de Contas da União) ordenar a devolução dos presentes que o ex-presidente havia ganhado.

Advogado da família Bolsonaro em várias investigações, Wassef teria recomprado um Rolex que auxiliares do ex-presidente haviam vendido durante viagem aos Estados Unidos no começo do ano.

Ele já disse que usou dinheiro próprio e que a intenção era devolver o item à União. À época, Wassef negou dar detalhes sobre para quem ele entregou o Rolex: “Não vou falar, não posso falar. Quem solicitou não foi Jair Bolsonaro, e não foi o coronel Cid”.

No último dia 16, a PF apreendeu quatro aparelhos celulares do advogado. Ele estava em um restaurante no shopping Morumbi, em São Paulo, quando foi abordado pelos policiais.