A Polícia Federal investiga três suspeitos de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a família dele na sexta-feira (14), no Aeroporto de Roma, na Itália.
O caso foi divulgado no último fim de semana pela imprensa. Segundo as reportagens, o grupo teria chamado o ministro de “bandido e comunista”. Ao questionar os insultos, o filho do ministro foi agredido por um dos acusados. Moraes estava na Itália para participar de uma palestra na Universidade de Siena.
Os três suspeitos já estão no Brasil e devem ser ouvidos pela PF nos próximos dias. De acordo com as investigações, o casal Roberto Mantovani Filho e sua esposa, Andrea Mantovani, e o genro, Alex Zanatta, estão envolvidos nas agressões.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (17) que as imagens das agressões ao ministro Alexandre de Moraes e a seus familiares, na Itália, devem ser enviadas pelas autoridades locais ao Brasil até sexta-feira (21).
Dino lembra que os governos brasileiro e italiano são signatários de acordos de cooperação que permitem esse intercâmbio de informações.
A legislação brasileira permite que cidadãos respondam, no Brasil, por crimes que cometem no exterior, mas a investigação do caso deve ocorrer apenas no Brasil.
A PF considera as gravações “essenciais” para esclarecer o caso, uma vez que, em depoimento, Alex Zanatta Bignotto negou ter hostilizado o magistrado. Em nota, o casal Andréa e Roberto Mantovani também negou as ofensas.
Defesa
Em nota, a defesa do casal disse que seus clientes não têm relação com os fatos e trata o caso como um “equívoco interpretativo”.
“Roberto Mantovani Filho e sua esposa lamentam, sinceramente, todo o acontecido, estando convictos da existência de equívoco interpretativo em torno dos fatos. Esclarecem que as ofensas atribuídas como se fossem de Andréa ao ministro Alexandre de Moraes foram, provavelmente, proferidas por outra pessoa, não por ela. Que dessa confusão interpretativa nasceu desentendimento verbal entre ela e duas pessoas que acompanhavam o ministro”.
No domingo (16), Alex Zanatta prestou depoimento na delegacia da Polícia Federal em Piracicaba e também negou ter proferido ofensas contra o ministro.