19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

PM de AL consultou dados pessoais de Alexandre de Moraes e é alvo da PF

PF apura exposição em massa de dados pessoais para intimidar delegados

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a suspensão da plataforma X no Brasil com base em uma investigação sobre vazamentos de dados pessoais de delegados da Polícia Federal. Uma das vítimas era o próprio ministro e um empresário, em uma ação coordenada para expô-los na internet.

A rede que acessou informações pessoais e sigilosas engloba o login no sistema Infoseg de 25 servidores públicos espalhados pelos estados que exercem diferentes atividades. Existe a possibilidade de que, em alguns casos, os servidores tenham sido vítimas de hackers que violaram um sistema sigiloso utilizando a credencial de acesso dos funcionários.

O Infoseg é uma rede nacional que integra informações dos órgãos de Segurança Pública, Justiça e de Fiscalização do país e ao qual apenas agentes públicos da área têm acesso.

A investigação da PF identificou que somente entre janeiro e março deste ano o CPF do ministro Alexandre de Moraes foi consultado no sistema sete vezes por logins vinculados a servidores públicos lotados em quatro estados.

A lista de usuários que acessaram o sistema de maneira irregular inclui integrante de tribunal do trabalho; policiais rodoviários federais do Acre e SP; integrantes de guarda municipal; PF de Araçatuba (SP); PM de São Paulo, Alagoas, Amapá e Goiás; agentes da Polícia Civil de Pernambuco, Sergipe, Mato Grosso e Distrito Federal; perito criminal de Pernambuco; integrantes do Ministério Público de São Paulo e do Paraná; e até um juiz de São Paulo, entre outros.

Em Alagoas, um dos suspeitos é um soldado da Polícia Militar. Ele é investigado por ter procurado informações pessoais sobre o ministro Alexandre de Moraes através de busca pelo CPF no Infoseg.

Também há registro de uma consulta feita por um servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, que atende os estados do Acre e Rondônia.

Os dados mostram que o nome e os dados pessoais de Moraes continuam sendo buscados por servidores de diferentes regiões do país, mesmo após o ministro autorizar várias operações para desmantelar o grupo que atuava na chamada “Abin paralela” montando dossiês e monitorando até ministros do Supremo, segundo as investigações.