8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Operação Ánomos: Polícia caça ex-prefeito de Mata Grande e mais 11

Eles foram denunciados pelo Ministério Público por desviarem R$ 12 milhões da Prefeitura de Mata Grande

Mandados de prisão estão sendo cumpridos desde cedo – Foto Ascom MPE-AL

Uma organização criminosa acusada de desviar cerca de R$ 12 milhões da prefeitura de Mata Grande (no sertão alagoano), começou a ser desmontada na manhã desta quarta-feira, pela Operação Ánomos, deflagrada pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco – antigo Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE), com participação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e Radiopatrulha (RP), da Polícia Militar de Alagoas.

Desde cedo, uma força-tarefa formada por promotores e policiais militares trabalha para cumprir 12 mandados de prisão expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital (sendo 7 prisões preventivas e cinco temporárias), nos municípios de Mata Grande, Santana do Ipanema e Paulo Jacinto, uma delas em desfavor do ex-prefeito de Mata Grande, José Jacob Gomes Brandão.

A ação criminosa consistia em fraudar licitações, usando empresas fantasmas para a locação de veículos em nome da prefeitura, segundo investigação do MPE. O grupo é acusado de pratica de corrupção e falsidade ideológica, por meio de empresas de fachada que celebravam contratos fictícios com a prefeitura de Mata Grande para a prestação de serviços de locação de veículos com o intuito de desviar recursos públicos.

Segundo as investigações, as ‘empresas’, com endereço nos municípios alvo da operação, participavam de licitações para a locação de frotas, ganhavam e sublocavam os veículos de pessoas físicas ligadas ao gestor do município. O dinheiro repassado pela prefeitura, como pagamento da locação dos veículos era dividido entre o locador do veículo, que recebia 40%, e os outros 60% entre a empresa locatária (vencedora da licitação) e o ex-prefeito, supostamente chefe do esquema.

As prisões preventivas foram expedidas em desfavor de Jacob Brandão, ex- prefeito de Mata Grande, Daniel Cunha Ramos, Max Davi Moura Rodrigues, Clériston Marinho Buarque, Carlos Henrique Lisboa da Silva, Antônio José Bento de Melo, Euzébio Vieira de França Neto e  Petrúcio José da Silva Filho.

As temporárias envolvem os nomes de Eustáquio Chaves da Silva Sobrinho (ex-diretor executivo da Câmara de Vereadores de Mata Grande), Ermenegildo Ramalho Mota, Genilda Gomes Lima e Victor Pontes de Mendonça Melo.

No esquema criminoso são citadas as empresas Genilda Gomes Lima- ME (Ômega Locações), EP Transportes, Transloc Locação e Serviços e Marcelo Calado dos Santos- EPP (Albatroz). Segundo os promotores de Justiça do Gaeco, o desfalque feito nos cofres da prefeitura por Jacob Brandão, em dois anos, o equivalente a R$ 6 milhões, daria para efetuar a compra de 130 Sanderos.