5 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Professora vai ao supermercado de calcinha e sutiã depois de ser vítima de racismo

Em nota, supermercado diz que trabalha com diretrizes de respeito e inclusão

Professora Isabel em protesto contra o racismo no supermercado

A indignação da professora Isabel Oliveira com a discriminação e o racismo que sofreu em um supermercado de Curitiba fez com que ela voltasse ao estabelecimento de calcinha e sutiã.

Seminua, ela, uma mulher negra, fez um protesto inusitado diante da situação vivenciada.

O supermercado Atacadão, na última sexta-feira, colocou um segurança para segui-la pelos corredores, enquanto ela fazia compras, na primeira vez que chegou ao estabelecimento, vestida como qualquer outra cidadã. Diante da intimidação, ela resolveu perguntar ao homem se era uma ameaça ao estabelecimento, ao que ele respondeu que apenas cuidava do setor.

A segurança ostensiva contra ela no supermercado curitibano a surpreendeu e a fez ligar para polícia. Ouviu de um agente da delegacia que um segurança segui-la pelo supermercado não era crime.

Isabel tinha ido ao local para para comprar itens para o almoço e fórmula para a filha de um ano e dez meses.

Mesmo sabendo que poderia ser detida por atentado ao pudor, a professora teve a ideia de ir novamente à loja apenas com as vestes íntimas. Ela escreveu em seu corpo os dizeres “eu sou uma ameaça?” e, depois de entrar, tirou a roupa. De lá ligou para o marido e os dois compraram o que precisavam e foram embora. A manifestação foi apoiada por consumidores que estavam no local.

Já o Atacadão se limitou a dizer que não pratica racismo e orienta seus seguranças a não fazerem o mesmo. Em nota, o supermercado disse que trabalha com diretrizes de respeito e inclusão.