8 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Professores processam Eduardo Bolsonaro por serem comparados a traficantes

Entidade pede que deputado pague R$20 mil a cada um dos mais de 3.100 integrantes em danos morais, totalizando mais de R$ 62 milhões

O filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foi alvo de uma ação pública civil da Associação dos Professores da Universidade do Paraná (APUFPR) por ter comparado a classe a traficantes.

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Segundo a associação, “as ofensas proferidas pelo parlamentar veiculam estereótipos que reforçam abusivamente a discriminação e o preconceito contra as professoras e os professores”, após Bolsonaro fazer a comparação em julho deste ano.

“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nosso filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior”

Segundo o órgão, a fala de Eduardo “serviu apenas para estimular ainda mais o ódio na mente de pessoas costumeiramente convencidas a usar armas como forma de solução de conflitos (ou divergências) e contra ‘ameaças’ invisíveis”.

A entidade pede que Eduardo pague R$20 mil a cada um dos mais de 3.100 integrantes em danos morais, totalizando mais de R$ 62 milhões. A Associação também quer que o congressista publique uma retratação pública com a classe.

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Pró-armas

Fazendo uma correlação absurda, ele instiga seus seguidores afirmando que o professor doutrinador “vai falar que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e que a instituição chamada família tem que ser destruída”.

Em outro momento do discurso, ele disse gostar da “frase bíblica” segundo a qual a mulher deve ser submissa ao homem. Depois, sem amparo algum em estatísticas, acusou a Venezuela de ser o mais violento do mundo.

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O evento foi organizado pelo grupo “Pró Armas”, que defende a flexibilização do porte e da posse de armas para cidadãos comuns, na Esplanada dos Ministérios, próximo à sede do Congresso Nacional. Denominado “Encontro Nacional pela Liberdade”, a evento foi acompanhado à distância por policiais militares do Distrito Federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), logo no primeiro dia de governo, 1º de Janeiro, revogou uma série de decretos assinados por Bolsonaro, inclusive o que facilitava o acesso de armas a pessoas que se classificam como caçadores, atiradores e colecionadores (CACs).