18 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Programa Mais Médicos tem defasagem de mais de 2 mil vagas

Programa tem, no total, 18.240 vagas e Ministério da Saúde diz que estavam em atividade, até fevereiro, “cerca de 14,7 mil profissionais”

O governo de Jair Bolsonaro declarou no último 13 de fevereiro que médicos brasileiros ocuparam todas as 8.517 vagas do programa Mais Médicos abertas após o governo cubano anunciar, em novembro do ano passado, a retirada de seus profissionais do Brasil.

Mas o próprio Ministério da Saúde tratou de desfazer a informação, ao anunciar que o programa está com um déficit de mais de 2 mil médicos. O programa tem, no total, 18.240 vagas.

Mais médicos defasado

A informação do Ministério da Saúde diz que estavam em atividade, até fevereiro, “cerca de 14,7 mil profissionais”. Outros 1,4 mil brasileiros formados no exterior ocuparam os postos remanescentes deixados pelos cubanos e estão com o processo de seleção “em finalização”.

Dessa forma, ao final dessas contratações o programa terá aproximadamente 16,1 mil médicos em serviço, 2,14 mil a menos do que a demanda prevista.

Segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a defasagem do Mais Médicos é uma herança acumulada do governo Temer, que não repôs em número suficiente as vagas que se abriam naturalmente ao longo do tempo, por desistência ou mudança de cidade dos participantes. O último edital havia sido aberto em novembro de 2017, e a carência aumentou gradativamente até os cubanos romperem o convênio.

“O nosso pedido era que o ministério juntasse, a esse edital de 8,5 mil vagas abertas com a saída dos cubanos, aquele saldo que a gente já estava esperando. Aí seriam umas 10 mil vagas, faria um único edital, e preencheria. Mas também por opção do ministério [ainda no governo Temer], não foi feito assim”, conta um representante do Conasems.