20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Projeto de lei do ministro da Justiça quer punir conteúdo terrorista na internet

Antes mesmo dos indivíduos, responsabilizar as empresas de redes sociais é uma prioridade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu ministro da Justiça, Flávio Dino

Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula, pretende apresentar ainda nesta semana a redação de um projeto de lei para monitorar publicações terroristas na internet.

Sabe-se ainda que ele pedirá apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para apoiar a medida e ajudar na aprovação no Congresso Nacional.

O objetivo da proposta é criar uma regulação, com base no Código Penal, focada especificamente em conteúdos considerados terroristas e que atentem contra o Estado Democrático de Direito.

A medida prevê contar com denúncias dos usuários de conteúdos ofensivos e notificar as plataformas para tomarem ações contra as postagens, como a remoção imediata do conteúdo.

Estarão na mira do projeto publicações que incitem golpe e deposição de governo até vendas e comércio de armas de fogo e munições. A redação do projeto será amarrada com o Código Penal, que servirá de lastro para apontar o que é ou não terrorismo ou atentado contra a democracia. A avaliação do que seria crime caberá ao Poder Judiciário.

Antes mesmo dos indivíduos, responsabilizar as empresas de redes sociais é uma prioridade, segundo apuração do UOL.

8 de janeiro

Dino tem reforçado a interlocutores que as redes sociais tiveram papel fundamental na organização dos ataques golpistas aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro.

Os golpistas chegaram a preparar um mapa online e previram confronto violento. Com isso, o Ministério da Justiça criou uma estrutura na pasta para coordenar os trabalhos deste assunto — a coordenadora é a advogada e especialista em regulação e direito digital, Estela Aranha.

“No ambiente online, a dificuldade é maior, por exemplo, de impor algum tipo de moderação na propagação de informações que violem a Constituição Federal, porque ainda não temos uma legislação específica sobre o tema”. Estela Aranha, em nota.