20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Promessas de campanha de Bolsonaro para 2023 já somam quase R$ 160 bi

Promessas do presidente não tem espaço no Orçamento de 2023 enviado ao Congresso

O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou nesta terça-feira, 4, a promessa de conceder o 13.º a mulheres chefes de família que recebem o Auxílio Brasil em 2023 caso reeleito – sem dizer, porém, de onde sairiam os recursos.

Com isso, as promessas eleitorais do presidente – parte delas sem a garantia de recursos no Orçamento – já somam R$ 158,6 bilhões.

Depois de prometer a manutenção do Auxílio em R$ 600, correção da tabela do Imposto de Renda, reajuste salarial para os servidores e prorrogação da desoneração dos tributos federais sobre combustíveis, Bolsonaro aposta agora em novas “bondades” nos benefícios sociais para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

Na segunda-feira, ele já havia anunciado a antecipação do pagamento do Auxílio em outubro.

Fora do Orçamento

O custo de conceder a 13.ª parcela a mulheres que recebem o Auxílio Brasil é de R$ 10,1 bilhões. Segundo informações da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do Ministério da Cidadania, são 16,85 milhões de famílias chefiadas por mulheres que recebem o mínimo de R$ 600 do programa.

A promessa do presidente não tem espaço no Orçamento de 2023 enviado ao Congresso, que prevê o pagamento médio de R$ 405. Segundo o Ministério da Economia, o custo extra para a manutenção dos R$ 600 seria de R$ 52 bilhões.

Já na comparação com o orçamento do programa em 2022, o custo adicional para o ano que vem é R$ 67 bilhões – pois contempla a inclusão de novos beneficiários, totalizando 21,6 milhões de famílias.

A “fatura” ainda deve aumentar. No mês passado, Bolsonaro prometeu pagar um adicional de R$ 200 a beneficiários que conseguirem um emprego formal.

O chamado Auxílio Inclusão Produtiva Urbana já consta na lei do Auxílio Brasil e prevê o pagamento extra, mas ainda não saiu do papel. Procurado, o Ministério da Cidadania afirmou que o programa “está em fase de regulamentação”. Ainda não se sabe quanto a medida vai custar.