17 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Quadrilha de juízes e advogados se apropriava de fortunas de milionários falecidos

Caso foi desbaratado pelo Ministério Público do Espírito Santo

Uma organização criminosa forma por juízes e advogados no Espírito Santo, que foi desbaratada no início deste mês de agosto, é acusada de fraudar processos judiciais, para aplicar golpes em espólios e tomar valores de heranças deixadas por pessoas falecidas.

A revelação da quadrilha foi feita pelo Ministério Público, que montou uma operação para apurar os crimes praticados pela organização.

Segundo o jornal Metrópoles, dois juízes foram presos na operação do MP capixaba: Bruno Fritoli, que foi preso por ordem do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES); e Maurício Camatta Rangel, que está usando tornozeleira eletrônica.

Por decisão do desembargador Sérgio Ricardo de Souza, a operação cumpriu no total sete mandados de prisão preventiva, 30 mandados de busca e apreensão, dois mandados de afastamento funcional de agentes públicos e 13 mandados de suspensão do exercício da atividade profissional.

O Ministério Público percebeu na investigação a existência de um padrão utilizado pelos investigados para o ajuizamento de lides simuladas. Revelou-se que os advogados envolvidos no crime apresentavam ações de cobrança ou execuções na Justiça contra pessoas falecidas, que tivessem valores expressivos em contas bancárias. Esses processos apresentavam contratos indicando as dívidas, nos quais a comarca de Vitória, onde Camatta atuava na 4ª Vara Cível, era apontada como foro para resolução de conflitos. O esquema gerou ao grupo a apropriação de fortunas de milionários falecidos