8 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

‘Qual o problema de a energia ficar um pouco mais cara?’, pergunta Guedes

Inflação pode variar próxima de 8% no final do ano e brasileiros já enfrentam dificuldades com bens básicos

Apesar de ministro da Economia, Paulo Guedes tenta tapar com uma peneira a clara e evidente crise inflacionária pela qual passa o Brasil. E se um dia disse que brasileiros o aplaudem quando o veem num supermercado, o Ipiranga de Bolsonaro resolveu perguntar “qual o problema” da energia ficar mais cara:

“Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que nós vamos ter medo agora? Qual o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos? Ou o problema agora é que está tendo uma exacerbação porque anteciparam as eleições… Tudo bem, vamos tapar o ouvido, vamos atravessar”. Paulo Guedes.

Sim, choveu menos porque na atual gestão resolveram ignorar queimadas na Amazônia e Pantanal. E a questão não são as eleições, estúpido, mas sim a falta de dinheiro das pessoas. Que já encontram dificuldade para comer e agora precisam lidar com aumento de outra bem básico.

A crise hídrica, aliás, já levou o governo a anunciar medidas para redução do consumo de energia para toda a administração pública federal. Decreto presidencial editado ontem, mesmo dia da frase estúpida de Guedes, determina a redução do consumo de eletricidade desses órgãos entre 10% e 20% em relação ao consumo do mês nos anos de 2018 e 2019, ou seja, antes do período pré-pandemia.

Inflação

A crise hídrica prolongada, a maior demanda por serviços e as indefinições na gestão da política fiscal devem forçar novas revisões para cima nas estimativas de inflação do país. Diante desse cenário, cresce o número de analistas que veem o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechar o ano com variação próxima de 8% no acumulado de 12 meses.