19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Opinião

Quanto o CSA pagaria ao Flamengo para um jogo em Maceió?

‘Eu acompanhei época em que faltava dinheiro até para comprar gelo… para aliviar as pancadas sofridas nos treinos’.

Por Rogério Costa

Rogério Costa, narrador esportivo.

Quem milita no futebol através da crônica esportiva não pode ficar sem opinar diante do fato que relatarei adiante. Mas é preciso ponderar, argumentar para se chegar a um finalmente. Não basta apaixonadamente dizer sim ou não.

O fato de o CSA ter “vendido” o seu mando de campo no jogo contra o Flamengo para empresários não o desqualifica, apenas desperta um certo sentimento de desdém com a torcida e principalmente o sócio-torcedor.

O clube fará 19 jogos em casa e a mesma quantidade fora. Portanto não se caracteriza aí um desprestígio a ninguém. Contudo, é preciso não desprezar quem reclama, pois este tem suas razões, principalmente para estes dias difíceis, uns milhares de reais são bem vindos, claro.

Mas como fazer com quem, digamos, pagou para ver e não verá? Eu entendo que esse consumidor/torcedor /fiador do projeto não pode sair sem nada. Se for feito um sorteio para levar dos 10.000 torcedores uns 250, em um avião fretado, já seria muito compensador.

Da mesma forma, presenteando com uma caneca com o símbolo do clube e junto um comunicado explicando não seria ruim.

Eu acompanhei época em que faltava dinheiro até para comprar gelo… para aliviar as pancadas sofridas nos treinos.

Por falar em pancada, me lembro bem quando meu filho, ainda criança, reclamava de dores nos joelhos. Eu o levei ao azulino Carlos Franco, renomado ortopedista da Terra dos Marechais. O diagnóstico do competente profissional: “são dores do crescimento, não há nada errado nos joelhos dele”. Patrick cresceu e as dores acabaram.

Assim é o CSA. São as dores do crescimento, onde vender o mando de um dos seus principais jogos com apelo popular, avalia a diretoria, é necessário. Eu quero estar errado, mas o CSA é um passageiro neste voo chamado campeonato brasileiro da primeira divisão. Um clube com a torcida que tem, com a história que tem, não podia abrir mão de um jogo contra o Flamengo, e ainda por cima em casa.
Mas, a realidade é diferente do ideal. A realidade é: $$$$ real.
Finalmente, eu sou contra a venda do mando. Afinal, quanto o CSA pagaria para ter um jogo do Flamengo como um presente para o seu fiel torcedor?

*Rogério Costa é jornalista, cronista esportivo e narrador da 98 FM