O empresário Laerte Codonho, dono da empresa de refrigerantes Dolly, foi preso hoje (10) acusado de fraude fiscal e lavagem de dinheiro estimados em R$ 4 bilhões. A operação foi conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo.
Codonho teve a prisão decretada pela 4ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo (SP) e foi detido em sua casa na Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo. O empresário foi levado para 77º Distrito Policial na capital paulista, junto com o ex-contador da empresa Rogério Raucci e o ex-gerente financeiro César Requena Mazzi.
As investigações foram conduzidas pelo Gedec, grupo especial do Ministério Público para recuperação de ativos por condutas ilícitas, repressão aos delitos contra a ordem econômica e formação de cartel.
Em nota, o órgão informou que entrou com “ações cautelares no âmbito fiscal, a recuperação de ativos de bens do grupo econômico mencionado, responsável por débitos fiscais bilionários já constituídos”.
Além das prisões, houve o bloqueio patrimonial dos integrantes do esquema, a quebra do sigilo bancário e fiscal, além do sequestro de diversos bens, cujo valor ainda não foram contabilizados. Entre eles, estão 13 automóveis, alguns deles de luxo e de colecionadores, e três helicópteros –dois estavam em um hangar irregular em São Bernardo do Campo e o terceiro não teria registro na Anac (agência reguladora do setor aéreo)s.
Em nota, a Dolly disse que é “injusta” a detenção do empresário. “Laerte Codonho sempre colaborou com as autoridades, e tem certeza que provará sua inocência. A defesa recorrerá da decisão e confia na Justiça”, informa o comunicado.
Codonho seria o líder do esquema, segundo a procuradoria. Ele levava uma placa durante sua prisão, em que se lia “Preso pela Coca-Cola”. Silveira afirmou que não há nenhuma outra fabricante de refrigerantes envolvida nas investigações.