Encerrada as apurações, os números das urnas no Nordeste mostraram o esperado: apesar do avanço de Jair Bolsonaro (PSL), o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) superou o adversário em todos os 9 Estados da Região.
Infelizmente, para quem mora na região, é preciso enfrentar os comentários preconceituosos da parte que não levou. Como muito aconteceu após a eleição de Dilma contra Aécio, em 2014.
Independente disso, já há indicativos, das campanhas dos dois candidatos, que a região será um importante palco da disputa de votos no segundo turno.
Dos 49 milhões de votos em Bolsonaro, 68% vieram de eleitores do Sul e Sudeste, e apenas 15% vieram do Nordeste. Já Haddad perdeu em todo o país, com exceção do Pará e dos oito Estados do Nordeste, onde conquistou 46% de seus votos. Menos do que Lula e Dilma em eleições anteriores e superado por Ciro Gomes (PDT) no Ceará neste domingo.
Com a eleição de 2006, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conquistou no primeiro turno 60% dos votos dos eleitores nordestinos, o maior percentual alcançado na história dos pleitos presidenciais por um candidato em uma determinada região, desde então, foram seis turnos de vitórias petistas no Nordeste.
Neste domingo, a retórica de que o voto dos eleitores da região é dado “sem pensar” e “só por causa do Bolsa Família, porque ninguém quer trabalhar” retornaram. Ao mesmo tempo, eleitores contrários a Bolsonaro de todo o país agradeceram ao Nordeste pelo segundo turno.
Diante disso, nas últimas peças na televisão, e mais recentemente ao vivo no Jornal Nacional, Bolsonaro vem reafirmando: não vai acabar com o Bolsa Família, apenas retiraria os que não merecem. Também prometeu isentar o imposto de renda de quem recebem menos de R$ 5 mil, valor maior que os prometidos por 5 salários mínimos prometidos por Haddad.
Os governadores da Região, como Renan Filho, em Alagoas, apoiam o candidato do PSL, mas o PT já observou uma tendência: enquanto que nos municípios do interior da Região o PT segue na frente, nas Capitais o Capitão mostra mais força.
E com um cenário como este, indefinido e desejado, o Nordeste deve receber muitas visitas e promessas dos candidatos e suas equipes. É o Nordeste, mais uma vez, podendo pautar e decidir uma eleição presidencial.