20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Renan Calheiros diz que Arthur Lira é “caloteiro” e “agressor de mulher”

‘Aprovei a Lei Maria da Penha pensando em punir meliantes como ele’, diz o senador alagoano, rival do também alagoano e atual presidente do Congresso

As acusações do senador Renan Calheiros (MDB-AL) contra o presidente do congresso, o deputado Arthur Lira (PP-AL) parecem não cessar. O senador segue com suas fortes acusações, seja em comícios ou em declarações nas redes sociais.

Se no domingo (28), durante evento em Rio Largo, Calheiros disse que Lira usou prefeituras para lavar dinheiro do orçamento secreto e que precisa ser investigado e punido, na noite desta segunda (29) ele foi além. Não só chamou o rival de “caloteiro”, como também de “agressor de mulher”:

O comentário sobre o calote se refere à cobrança feita por Ricardo Dantas chega a R$ 1,8 milhão por causa de um acordo de compra de cabeças de gado.

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Queixa-crime de Arthur Lira contra Renan Calheiros é aceita pela Justiça

Segundo o empresário, em 2018 Arthur Lira recebeu um cheque no valor de R$ 900 mil como garantia pela compra de bezerros. No entanto, Dantas afirma que o deputado nunca realizou a entrega dos animais acordados. Como cobrou e não levou, seus advogados dizem que não restou outra alternativa a não ser ingressar com uma ação de cobrança para garantir seus direitos.

Agressão

Ser “agressor de mulher” se refere ao que teria acontecido entre ele e sua ex-mulher, Jullyene. Em 2006, ela apresentou queixa por lesão corporal contra o então deputado estadual à Polícia Civil. Lira foi absolvido em 2015

Em 2021, quando se candidatou pela primeira vez à presidência da Câmara dos Deputados, Jullyene disse ter sido ameaçada para mudar o depoimento.

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Ontem, Renan Calheiros disse que, enquanto presidente do Senado em 2006, aprovou a Lei Maria da Penha para punir “meliantes como ele”.

Em seu relato original, a ex-mulher afirmou que após ficar sabendo que ela estava se relacionando com outro homem depois da separação, Lira foi até sua residência e a agrediu com tapas, chutes, pancadas e “arrastada pelos cabelos, tendo sido muito chutada no chão”.

Jullyene disse que, indefesa, perguntava o porquê daquilo, ao que o deputado a chamava de “rapariga e puta”. Acrescentou que, no momento em que agredia, Lira colocava a mão em sua boca para abafar seus gritos e dizia que mataria a declarante para ficar com os seus filhos.

A agressão, segundo ela, durou 40 minutos. A babá teria ouvido gritos de socorro e ligou para a mãe de Jullyene, pedindo ajuda. Esta teria chegado ao local e expulsado o homem, que chegou a dizer, segundo ela, que “onde não há corpo, não há crime”.

Em 2007, ela fez outra denúncia contra Lira, desta vez por ameaça. Segundo a acusação, a ex-mulher afirmou que Lira disse à babá que “os seus dias estavam contados” e que iria buscar o filho menor, mesmo sem sua permissão. A babá confirmou a denúncia, e Lira foi indiciado no Tribunal de Justiça de Alagoas.

Em outra decisão do tribunal, de 2018, o deputado perdeu o registro de sua arma, uma pistola de marca Glock calibre 380, por decisão do ministro Edson Fachin, e teve que entregá-la à Polícia Federal para destruição.

O embate entre os dois ficou escancarado depois que Arthur Lira pressionou a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para minar a participação de Renan Calheiros na CPI Mista sobre os atos golpistas de 8/1.

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Como Espera-se que, nas eleições de 2026, Renan Calheiros e Arthur Lira disputem o Senado, Lira não queria que Renan atraísse os holofotes para si novamente, como ocorreu com a CPI da Covid-19. Vale constar: o próximo pleito terá duas vagas para senador em disputa.