4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Renan Calheiros promete CPI isenta, mas fala em responsabilizar Bolsonaro

“Vamos responsabilizar quem precisar ser responsabilizado”, disse o relator, que não se intimida com a repercussão negativa “provocada pelo Gabinete do Ódio”

Em entrevista ao Globo News, o relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros, garantiu uma investigação ampla, que não vai poupar governo federal, governadores, prefeito ou quaisquer responsáveis por crimes e ingerências nesta pandemia. Mas afirmou que nada será feito de forma premeditada.

“Vamos fazer uma investigação correta, isenta, transparente. Vamos responsabilizar quem precisar ser responsabilizado. Esteja onde estiver. Na presidência da República, nos ministérios, nos governos estaduais e municipais. Não importa”. Renan Calheiros.

Ele foi entrevistado ao lado do senador Omar Aziz e confirmou que a CPI promete não poupar ninguém, da esfera municipal à federal. Mas ficou claro quem serão os alvos da comissão.

Aziz, cotado para presidir a CPI, chegou a dizer que se outro cidadão brasileiro agisse como Bolsonaro nesta pandemia – fazendo aglomerações e evitando máscara – já estaria preso.

A dupla ainda mencionou que pandemia entrou no Amazonas porque não houve uma barreira sanitária;  que a falta de oxigênio foi uma negligência que pode ser compartilhada com vários entes e que todos serão investigados.

Sabotagens

O senador Renan Calheiros revelou que o governo Bolsonaro vai tentar minar os trabalhos da Comissão. Segundo o senador, Bolsonaro teria dito que colocaria a Polícia Federal para realizar diversas operações tendo como alvos governadores e prefeitos que, em tese, teriam feiro mau uso dos recursos repassados pelo governo federal.

Claro, o presidente não pode determinar que a Policia Federal realize operações. Essas ações dependem de autorização do Judiciário e com justificativa fundamentada.

Mas Renan Calheiros foi claro ao dizer que a repercussão negativa por receber a relatoria da comissão foi por causa do Gabinete do Ódio, nome informal dos assessores do governo que provocam, com agressões e mentiras, debates nas redes sociais.