Em entrevista ao UOL, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) criticou uma recondução de Augusto Aras na PGR (Procuradoria-Geral da República), lembrando da proximidade entre Aras e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Ele não reúne hoje nenhuma condição para ser reconduzido. Fizemos uma investigação profunda, com acompanhamento da sociedade, densa. Indiciamos Bolsonaro em vários crimes, e o Aras, em campanha ao STF, o isentou”.
Aparentemente, o senador ainda não perdoou a postura de Aras em relação à conclusão das investigações da CPI da Covid, da qual Calheiros foi relator. Renan Calheiros ainda disse que vai atuar no Senado para, caso o presidente Lula (PT) indique Aras ao cargo novamente, haja dificuldade para a aprovação.
Lira
Calheiros comparou um apoio a Aras com o que vem sendo feito com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, criticando a recondução do rival alagoano à presidência da Câmara dos Deputados.
“Quando vejo hoje Lira como ‘rainha de copas’, quer cortar cabeça dos ministros das Relações Institucionais, Desenvolvimento Social, Saúde, fico me perguntando: ‘por que setores do governo participaram dessa empreitada”?
O senador também definiu como “chantagem” a retirada de pauta do arcabouço fiscal por Lira para priorizar a reforma ministerial e ironizou as investigações envolvendo aliados de Lira por kits de robótica em Alagoas.
“Se não houver uma conversão de Arthur Lira, […] ele vai ter uma trajetória política, infelizmente, entre a política e a polícia. Mas eu, sinceramente, torço para que essa conversão exista e ele possa sair desse campo da chantagem, ameaça, intimidação”.