8 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Renda dos que ganham menos encolhe e desigualdade aumenta no País, diz IBGE

A massa do rendimento mensal real domiciliar per capita encolheu 6,2% na comparação com 2020, chegando a R$ 287,7 bilhões em 2021

Os pobres do Brasil ganham cada vez menos e desigualdade dispara no País

A desigualdade dispara no País e a renda do trabalhador encolheu em quase 7%, segundo dados de uma pesquisa do IBGE. No cenário de inflação crescente, os números indicam  uma queda de 6,9% no rendimento médio real (descontada a inflação) domiciliar per capita em 2021, em relação ao ano anterior, passando de R$ 1.454 para R$ 1.353 mensais.

De acordo com o IBGE este é o menor valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012.

A massa do rendimento mensal real domiciliar per capita encolheu 6,2% na comparação com 2020, chegando a R$ 287,7 bilhões em 2021, o segundo menor valor desde 2012 (R$ 279,9 bilhões). As regiões Norte e Nordeste, que possuem os menores rendimentos, registraram as maiores perdas, de 12,5% e 9,8%, respectivamente, para R$ 871 e R$ 843 mensais. Já o Sul e o Sudeste mantiveram-se com os maiores rendimentos, de R$ 1.656 e de R$ 1.645, respectivamente, de acordo com o IBGE.

“A maioria das rendas perdeu valor, mas os mais afetados foram os que ganhavam menos e tiveram uma melhora de renda fictícia durante a pandemia. E essa perda de renda fez com que a desigualdade aumentasse, principalmente, entre os mais pobres”, destacou Alesssandra Scalioni, analista do IBGE.

Após a queda em 2020, a desigualdade voltou a aumentar em 2021 e o Índice Gini do rendimento mensal real domiciliar per capita passou de 0,524 para 0,544 — mesmo patamar de 2019 e acima dos 0,540 de 2012 —, segundo os dados da pesquisa.

“A maioria das rendas perdeu valor, mas os mais afetados foram os que ganhavam menos e tiveram uma melhora de renda fictícia durante a pandemia. E essa perda de renda fez com que a desigualdade aumentasse, principalmente, entre os mais pobres”, destacou Alesssandra Scalioni, analista do IBGE.