17 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Secretário de Alckmin preso em operação da PF foi flagrado em grampo

Pré-candidato afirmou que a prisão do ex-secretário não terá efeito em sua pré-campanha à Presidência

O engenheiro fiscal da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Edison Mineiro Ferreira dos Santos foi flagrado por grampo da Polícia Federal com uma mulher ligada ao consórcio Mendes Júnior-Islux, administrador do lote 1 do Trecho Norte do Rodoanel paulista. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), o superfaturamento na obra chega a mais de R$ 600 milhões.

As obras são alvo da Operação Pedra no Caminho, que prendeu na quinta-feira (21) o ex-diretor-presidente da estatal paulista Laurence Casagrande Lourenço, que foi secretário de Logística e Transportes do Governo Alckmin (PSDB). A Pedra no Caminho investiga desvio de recursos públicos em obras do Rodoanel Norte.

No relatório, a PF afirma que o diálogo é “relevante”. “A mensagem principal é clara: Edison havia pedido o envio de um projeto para Evandro, ao que tudo indica funcionário do Consórcio Mendes Júnior. Porém, segundo o que informa a mulher não identificada, Evandro havia se negado, pois não estaria mais no contrato”, relata a Federal.

Edison atendeu o telefonema às 9h52, do dia 29 de maio de 2017. A conversa durou dois minutos e 24 segundos. Em um momento, a mulher fala: “Tá ok. Vou mandar o e-mail pra ele, então, conforme falado. “O engenheiro da Dersa repete “não” por três vezes. “Não, não, não, isso não pode ser por e-mail.” “Ah tá”, retorna a interlocutora.

Alckmin

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência da República, afirmou que a prisão do ex-secretário de Logística e Transporte de sua gestão em São Paulo, Laurence Lourenço, não terá efeito em sua pré-campanha à Presidência.

“Nenhum”, disse ele quando questionado sobre o tema, após almoço com empresários na Firjan, no centro do Rio de Janeiro. Alckmin disse apoiar a investigação, mas pediu uma conclusão rápida sobre o caso.