O petróleo do tipo Brent abriu o pregão desta segunda (9) em queda de mais de 30%, derrubando o preço para perto de US$ 30 por barril. É a maior desvalorização desde a Guerra do Golfo, em 1991, quando o preço chegou a cair 34,77%.
Após os primeiros negócios, o tombo diminuía para cerca de 20%, levando a cotação do Brent para a faixa de US$ 36. Os contratos de Brent são negociados na Bolsa de Londres, que abriu às 23h do horário local (20h pelo horário de Brasília).
Esse é o menor valor do Brent desde 2016.
A forte queda do petróleo contaminava também o mercado de ações: as Bolsas asiáticas recuavam por volta de 4% nos primeiros negócios, queda equivalente dos contratos futuros dos índices americanos Dow Jones e S&P 500.
Os preços do petróleo são uma questão complexa. Essa queda de preço tornará todo o petróleo canadense e das planícies do norte muito caros para bombear e causará uma queda maciça do emprego na indústria de petróleo norte-americana. Ao mesmo tempo, torna a energia verde menos competitiva.
Crise na Opep
O forte recuo reflete a decisão da petroleira da Arábia Saudita, a Saudi Aramco, de elevar sua produção e oferecer descontos a compradores justamente quando a discussão entre países produtores era pela redução da oferta.
A decisão configura uma guerra de preços em retaliação à Rússia, que na sexta-feira (6) se recusou a fechar um acordo com a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para reduzir a produção de petróleo.
O movimento seria uma forma do cartel para evitar nova desvalorização da commodity frente à perspectiva de redução de demanda em um ambiente em que o coronavírus poderá desacelerar a economia global.