6 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Sem acordo: Oposição vai obstruir votação da reforma na Câmara

Oposição já pretende apresentar nove destaques na votação da reforma; Governo diz ter bem mais que os 308 votos necessários

Parlamentares de oposição rejeitaram a tentativa de acordo mediada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Agora, eles vão usar todos os mecanismos regimentais de obstrução durante o debate da reforma da Previdência.

Para ser mais rápido, Maia havia sugerido à oposição que substituíssem as tentativas de obstrução por uma longa sessão de debate. Dessa forma, cada deputado poderia ir à tribuna do plenário para se manifestar.

Seria possível iniciar a votação do texto-base da reforma na madrugada de quarta-feira, já que governo diz já ter os 308 votos necessários. Por outro lado, oposição afirma entender que isso seria um blefe.

Líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que a tática de obstrução fará com que deputados indecisos e mesmo alguns inclinados a votar favoravelmente à PEC compareçam ao plenário da Casa durante o prolongamento da discussão.

“Vamos usar a obstrução para debater o texto e votar contra a proposta”. Alessandro Molon (PSB-RJ).

A oposição já pretende apresentar nove destaques na votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados, e um deles será para tentar derrubar o benefício tributário ao setor rural que foi retomado na fase da comissão especial que analisou a proposta de novas regras de aposentadoria.

Votos necessários

Apesar da resistência da minoria, a expectativa é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja aprovada até o final desta semana. O governo precisa de pelo menos 308 votos a favor (três quintos) em dois turnos no plenário da Câmara para que a proposta siga para apreciação no Senado, onde terá que ser aprovada por, no mínimo, 49 senadores.

Ao deixar o encontro, a líder do governo, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que até alguns deputados da oposição devem votar a favor das mudanças. Na conta da deputada, que foi “baixa” e que conta com “traição”, Joice diz que o governo teria 342 votos favoráveis, o mesmo que definiu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na Câmara.

“Não é um número bonito? Eu lembrei desse número, que foi um número feliz para o país, e a gente vai pagar o jantar da vitória da Previdência com esse bolão aí. A oposição que aguarde. Vai ser uma surpresa até para a oposição. Aliás, teremos votos até da oposição.” Joice Hasselmann (PSL-SP).