16 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Sem provas: STF absolve Gleisi e marido de acusação de propina

Senadora e presidente do PT foi julgada pela acusação na Lava Jato de receber R$ 1 milhão em propina no esquema da Petrobras para usar na campanha de 2010

Em julgamento encerrado na noite desta terça-feira (19), a 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) absolveu por unanimidade a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo (PT), da acusação apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em processo ligado à Operação Lava Jato.

Denunciados sob a acusação de terem recebido R$ 1 milhão em propina do esquema de corrupção na Petrobras, liberado pelo então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, para custeio na campanha de Gleisi ao Senado em 2010.

Os ministros entenderam que não há provas contra a senadora e o ex-ministro das suspeitas levantadas pela acusação em um julgamento que durou cerca de 8 horas.vDois ministros da 2ª Turma defenderam condenar a senadora pelo crime de caixa dois, mas essa posição ficou em minoria e foi derrotada por 3 votos a 2 no julgamento. O empresário Ernesto Rodrigues foi denunciado pelos mesmos crimes, sob a acusação de ter sido o emissário indicado para receber o dinheiro, mas também foi absolvido.

Defesa dos Acusados

Em nota, as defesas criticaram o uso de delações premiadas nas denúncias.

“Desde o início da ação penal, a defesa da senadora apontava a fragilidade da acusação. O Supremo Tribunal Federal hoje reconheceu que não havia qualquer prova contra a senadora e estabeleceu um marco importante acerca da impossibilidade de condenação de indivíduos apenas com base na palavra de colaboradores premiados”, afirmou em nota Rodrigo Mudrovitsch, advogado de Gleisi.

“O STF fez justiça a Paulo Bernardo, absolvendo-lhe por unanimidade de uma acusação injusta. A decisão tem importância histórica porque comprova o abuso das denúncias construídas a partir de delações sem prova”, endossaram Juliano Breda e Verônica Sterman, defensores de Paulo Bernardo.