7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Senado da Argentina rejeita legalização do aborto

Após aprovação na Câmara de Deputados, projeto ganhou resistência principalmente de setores ligados a igrejas; Papa Francisco se pronunciou contra

Após uma sessão que durou mais de cinco horas, se encerrando somente às 2h44 da madrugada desta quinta-feira (9), o Senado da Argentina rejeitou o projeto que propunha a legalização do aborto no país, por 38 votos a 31. Foram registradas uma ausência e duas abstenções.

Era necessário maioria simples, 37 dos 72 senadores, para que o projeto tivesse aprovado o projeto. Com a rejeição da proposta, a legislação do país segue a mesma: o aborto é crime e pode ser punido com até quatro anos de prisão. As exceções são gravidez decorrente de estupro, ou quando a mãe corra risco de morte.

Aprovado em 14 de junho em votação apertada na Câmara de Deputados do país, por 129 votos a favor, 125 contra e uma abstenção, o projeto ganhou resistência principalmente de setores ligados a igrejas. O papa Francisco se pronunciou publicamente contra.

Protestos

Famílias e clérigos usando bandanas azuis festejaram do lado de fora do Congresso quando o resultado foi anunciado pouco antes das 3h da manhã, balançando bandeiras da Argentina em apoio ao posicionamento da Igreja Católica contra o aborto no país natal do papa Francisco.

Defensores do direito ao aborto, carregando bandanas verdes que se tornaram um símbolo do movimento, ocuparam as ruas da cidade até o fim da votação, apesar de forte vento e chuva. Muitos acamparam em frente ao Congresso desde a noite de quarta-feira. Houve protestos após a votação.

Brasil

Médicos e profissionais ligados à área de saúde de diferentes segmentos defenderam ou criticaram o pedido para que a interrupção da gravidez até a 12ª semana deixe de ser crime audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a descriminalização ou não do aborto.

Ainda não há prazo para votar a medida, que na audiência teve de tudo, desde o ódio em forma de preconceito à desinformação e escanteamento de dados. Especialmente por Janaína Paschoal.