O governo federal liberou R$ 465 milhões da verba do Ministério da Saúde, alvo de cobiça do centrão. Deste valor, R$ 107 milhões irão para Alagoas, estado mais beneficiado e reduto de Arthur Lira (PP), presidente da Casa e do líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr..
A soma acontece às vésperas de votações importantes para o presidente Lula (PT) na Câmara dos Deputados.
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O Ministério da Saúde tem R$ 3 bilhões herdados pelo governo após o fim das emendas de relator, que é principal moeda de troca nas negociações entre Jair Bolsonaro (PL) e os parlamentares.
O PL tem a maior bancada na Câmara, com 99 deputados. Em projetos de caráter econômico, como o novo arcabouço fiscal, o governo tem contado com um potencial de 30 votos da sigla, mas isso pode ser mais difícil pois o partido assinou, incluindo Jair Bolsonaro, a vontade de votar contra projetos do governo.
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No entanto, a fatia destravada deve chegar a R$ 600 milhões até o fim da semana, quando a Câmara pretende votar três projetos econômicos considerados essenciais para Lula, entre eles a reforma tributária.
As negociações em torno dos bilhões de reais herdados pelo chefe do Executivo após a extinção das emendas de relator beneficiam aliados do Palácio do Planalto, de Lira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).