19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Starlink recua e anuncia que vai bloquear acesso ao X no País

Operadora teve contas bancárias desbloqueadas para pagar R$ 18 milhões de multas do X

A Starlink, operadora de acesso à internet, informou, nesta terça-feira (3/9), que irá acatar a determinação da Corte de suspender o acesso de seus usuários à plataforma X no Brasil.

A operadora recuou após tentativa de  enfrentar o cumprimento da a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio do X no País.

A decisão da Starlink foi feita por meio do próprio X da empresa. Após chamar a ordem do STF de ilegal, a Starlink disse que solicitará o desbloqueio de seus bens.

“O time da Starlink está fazendo todo o possível para mantê-los conectados. Após a decisão de @alexandre que bloqueou os bens da Starlink e impede que a empresa faça transações financeiras no Brasil, começamos imediatamente os procedimentos legais no STF explicando a grande ilegalidade da determinação e pedindo para que a Corte desbloqueie nossos ativos”, diz o texto publicado em inglês.

Pagamento de multas

As contas da Starlink foram bloqueadas por ordem de Moraes para garantir o pagamento de multas impostas ao  X – que somam mais de R$ 18 milhões. O magistrado considerou que as duas empresas fazem parte do mesmo grupo econômico, chefiado pelo bilionário Elon Musk.

A companhia oferece conexão de internet via satélite e tem 224.458 acessos de banda larga fixa, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A decisão vale até que o X cumpra decisões da Justiça, pague multas aplicadas e indique um representante legal no Brasil. Desde o início do ano, Elon Musk tem descumprido ordens do Supremo para bloquear perfis de pessoas investigadas pela Justiça, acusados de atos antidemocráticos e ataques às instituições brasileiras. O empresário também fechou o escritório da companhia no Brasil e não designou um representante legal para representar a companhia no país.

Ao determinar o bloqueio da rede social, Moraes destacou os “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais e inadimplemento das multas diárias aplicadas, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros, para instituir um ambiente de total impunidade e “terra sem lei” nas redes sociais brasileiras, inclusive durante as eleições municipais de 2024”.