8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Supremo decide hoje se os irmãos Geddel e Lúcio serão julgados

A denúncia engloba crimes de lavagem de dinheiro (R$ 51 milhões), encontrados pela Polícia Federal em um apartamento em Salvador (BA), e associação criminosa pela Procuradoria-Geral da República. 

Na imagem, Lúcio Lima e Geddel Lima, respectivamente / Reprodução.

Os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), vão se reunir hoje (08), para decidir se cabe à Corte julgar o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o deputado Lúcio Vieira Lima, também o PMDB-BA e Marluce Vieira Lima, mãe de Geddel e Lúcio.

A denúncia engloba crimes de lavagem de dinheiro (R$ 51 milhões), encontrados pela Polícia Federal em um apartamento em Salvador (BA), e associação criminosa pela Procuradoria-Geral da República.

Geddel foi preso no ano passado, dia 8 de setembro, após a PF encontrar os 51 milhões em dinheiro vivo dentro do imóvel de um amigo. Para a Polícia Federal, parte do dinheiro teria como origem um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013. Na época, Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição.

A defesa de Geddel divulgou que a origem dos R$ 51 milhões decorre da “simples guarda de valores em espécie”. e que esses valores são fruto de “investimentos no mercado de incorporação imobiliária, com dinheiro vivo”. Após a apreensão, o dinheiro foi depositado em uma conta judicial.

Lúcio Vieira, é acusado de peculato, por supostamente ter se apropriado de 80% dos salários de um ex-assessor parlamentar. Devido ao cargo ocupado por Lúcio, o processo tramita no STF. Ele nega as acusações.

Segundo Raquel Dodge, procuradora-geral da República, a decisão do dia 03 sobre a restrição do foro privilegiado, não se aplica ao caso, pois s ministros decidiram que somente os casos relacionados a crimes cometidos por deputados e senadores, durante e em razão do mandato, devem permanecer na Corte.

Raquel alegou que os crimes foram cometidos por Lúcio Vieira Lima antes e depois de ele assumir o mandato de deputado federal, em 2011, “resta demonstrado que o caso em análise envolve a prática de crimes por parlamentar detentor de foro por prerrogativa no STF, relacionados à função pública e no exercício do mandado parlamentar” completa a procuradora.

A perspectiva é que a Corte delibere também o caso envolvendo o deputado do PP-PE, Eduardo da Fonte, denunciado por corrupção devido a crimes que teria cometido entre 2009 e 2010, quando era parlamentar.