4 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

TCU vai investigar corrupção no MEC após propina e superfaturamento de ônibus

Depois dos pedidos de propina em ouro, o caso do superfaturamento de mais de R$ 700 milhões de ônibus escolares é investigado

TCU determina investigação da corrupção nas compras do MEC e FNDE

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar autorizou hoje (4) uma inspeção para apurar denúncias sobre o suposto favorecimento na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao Ministério da Educação.

No mês passado, o caso culminou com a exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e também levou à abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Polícia Federal (PF), além de uma fiscalização extraordinária do próprio TCU.

Segundo Alencar, mesmo diante da saída de Milton Ribeiro, os fatos devem continuar em investigação. O ministro atendeu ao pedido de apuração feito por deputados federais após a divulgação das denúncias.

“A gravidade dos fatos exige atuação imediata desta Corte, não sendo prudente postergar as apurações para processo de fiscalização ainda a ser instaurado”, afirmou o ministro.

No dia 21 de março, uma reportagem divulgou um áudio em que Milton Ribeiro diz favorecer prefeituras de municípios ligados a dois pastores, a pedido do presidente Bolsonaro.

Após a divulgação, a Controladoria-Geral da União (CGU) informou que os fatos são investigados desde o ano passado, antes da divulgação da gravação.

Propina em ouro

Segundo o órgão, as denúncias foram recebidas pela CGU no dia 27 de agosto de 2021 e tratam de  irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e sobre os pedidos de propinas para a liberação de verbas do fundo.

Houve até pedido de propina em ouro, envolvendo pastores evangélicos, que intermediaram verbas do ministério, caracterizando a rede de corrupção no governo federal. A apuração ocorreu entre os dias 29 de setembro de 2021 e 3 de março de 2022.

Pregão eletrônico

O caso do pregão eletrônico nesta terça-feira, 5, para a compra de 3.850 ônibus escolares com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também foi denunciado pelo superfaturamento de R$ 732 milhões. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, pediu a suspenção desse pregão.

Defesa

Na ocasião, o então ministro Milton Ribeiro disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo Ribeiro, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.

“Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, disse.

Agência Brasil