
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi escalado pelo presidente Lula para tentar negociar com o Congresso um freio nas pautas-bombas que começaram a pipocar no cenário da crise entre o presidente da Câmara Arthur Lira e o Executivo.
Segundo as informações, a pautas se aprovadas contra os interesses do governo pode enterrar de vez qualquer tipo de preocupação do Planalto com as contas públicas. Assim, Haddad será o porta voz do governo.
Uma das pautas é a proposta de emenda à Constituição (PEC) que concede um bônus de 5%, a cada cinco anos, a magistrados, promotores, procuradores, entre outras categorias do Legislativo mais abastadas.
A chamada PEC do quinquênio, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, pode onerar os cofres públicos em mais R$ 42 bilhões por ano.
Economistas e técnicos do governo reconhecem que ainda não dá para mensurar o verdadeiro tamanho do buraco que as pautas-bombas, desenterradas pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Segundo eles, esse roteiro definido pelas lideranças do Congresso pode ampliar no inevitável rombo fiscal que o mercado financeiro está projetando para este ano e o próximo.
Efeito cascata
Dizem os técnicos que PEC do quinquênio, se aprovada pelo Congresso, vai gerar um efeito em cascata em todo o Judiciário e vai provocar um problema sério entre os funcionários públicos que ganham menos, como os professores, entre outros dentro do arcabouço do funcionalismo público federal.