3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Toma lá? PSDB e PSD declaram apoio à reforma da Previdência

Partidos informam que vão manter independência do governo e juram que não houve troca de cargos nas reuniões

O PSD e o PSDB apoiam uma reforma da Previdência para o país, mas devem manter a independência em relação ao governo federal. Os presidentes dos dois partidos estiveram hoje (4) no Palácio do Planalto para uma primeira rodada de diálogos do presidente Jair Bolsonaro em busca de apoio à aprovação da reforma enviada ao Congresso em fevereiro.

De acordo com o presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, para o partido, a reforma precisa ser justa com todos os trabalhadores, combater privilégios e acabar com o déficit fiscal.

“O PSDB tem uma postura de independência em relação ao governo, não há nenhum tipo de troca, não aceitamos cargos no governo e votamos com aquilo que entendemos que é importante para o Brasil. Essa é a primeira das reformas estruturantes que o Brasil precisa, mas dentro desse foco de justiça social e fiscal”. Geraldo Alckmin, presidente do PSDB.

Alckmin reiterou que o partido não participará da base aliada de Bolsonaro e afirmou que, apesar de apoiar a reforma, o PSDB é contra mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos e na aposentadoria rural. “Se há diferença de idade na área urbana, por que não na área rural?”, questionou.

Almoço

Assim com Alckmin, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, avaliou como positiva a postura do presidente de dialogar com os partidos. Ao deixar o Palácio do Planalto, Kassab afirmou o compromisso do seu partido com a reforma no sistema de aposentadorias, mas disse que a tradição do PSD é de manter independência em relação ao governo.

“Em relação às bancadas, o partido não fechará questão [não orientará a votação de seus membros], mas haverá um esforço intenso no sentido de mostrar aos parlamentares a importância das reformas para o Brasil. Independência significa total condição de apoiar os projetos que estão sintonizados com o nosso programa e o que pensam os parlamentares”. Gilberto Kassab, presidente do PSD.

Ele ressaltou que não houve oferta de cargos em troca de apoio. Ao deixar a reunião, o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), disse que a bancada do partido é contra as alterações no BPC e na aposentadoria rural, além da instituição do sistema de capitalização sem contribuição patronal e sem piso salarial para o trabalhador.

Além de Alckmin e Kassab,  Bolsonaro conversou com os presidentes do PRB, deputado Marcos Pereira (ES), e do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Em seguida, ele almoça com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do DEM. Nesse almoço, também está prevista a presença do presidente do DEM, ACM Neto, que é prefeito de Salvador. Ao chegar, Caiado disse que defende que o DEM faça parte da base aliada do governo.

Bolsonaro ainda se reúne com o presidente nacional do MDB, o ex-senador Romero Jucá (RR).

Velha Política

Bolsonaro que havia dito que não praticaria “a velha política”, rendeu-se às pressões recebeu dirigentes dos partidos políticos para discutir com eles cargos e benesses em troca de votos.

A iniciativa foi armada após uma série de atritos na relação do governo como Congresso. Esta, portanto, será a primeira vez que os presidentes de partidos se encontram com Bolsonaro.

Com isso, ele espera formar uma base aliada para a votação da reforma da Previdência. Até semana que vem, devem ser recebidas pelo presidente nove partidos políticos que somam 259 deputados e 53 senadores.

Depois de ser reunir com presidentes e parlamentares de cinco partidos pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais na tarde desta quinta-feira para dizer que “nada se falou sobre cargos” durante as audiências, “ao contrário do que propalado por alguns”.