O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu críticas de deputados e senadores até mesmo de seu partido, após a reunião em Helsinque, capital da Finlândia, com o presidente da Rússia, Vladmir Putin. Ele foi criticado por ter aceitado as afirmações do líder russo de que nunca interferiu no processo eleitoral americano e dizer que os serviços de inteligência do próprio país estão errados.
Na última sexta-feira (13), a promotoria do país acusou formalmente 12 agentes da inteligência russa por hackear computadores da candidata Hillary Clinton em 2016 para prejudicá-la na disputa com Donald Trump. Após uma reunião de quatro horas com Putin, Trump disse que não houve “conluio” entre ele e o chefe de Estado russo para favorecê-lo em 2016.
A CNN não perdoou: “Vocês assistiram a uma das performances mais infames de um presidente americano numa cúpula, diante de um líder russo, que eu já vi.” Em outros meios, seguiram-se manchetes como “Trump, do lado de Putin, questiona inteligência dos EUA sobre a eleição de 2016” no New York Times, e “Trump acabou de conspirar com a Rússia. Abertamente”, do Washington Post. A linha de raciocínio é: “Se você trabalha para Trump, peça demissão agora” e “Trump está pagando Putin por ajudá-lo a ganhar a Presidência”.
O ex-diretor da CIA no governo Obama, John Brennan, acusou a perfomance de “traição” e afirmou que o presidente dos EUA “está no bolso de Putin”. Entre aspas, citando Brennan, “traidor” foi parar na manchete digital do Guardian, jornal londrino que tem grande parte de sua audiência nos EUA.
Antes do encontro, hiperbólico como sempre, Trump afirmou que as relações com a Rússia nunca estiveram piores. O motivo? Segundo ele próprio, a causa foi “anos de tolice e estupidez americana”. Não há dúvidas: Putin colocou uma marionete na Casa Branca e os adoradores da laranjão do fake news e extrema-direita sofreram uma forte lavagem cerebral, pois ainda há os que defendam Trump.